Uma tarde fantástica no parque

POSTADO POR: admin ter, 17 de abril de 2012

Confira antes a primeira parte – Uma tarde fantasma no parque
Saímos daquele lugar maldito pela porta e fomos parar bem
no meio da praça de alimentação. A porta era mágica, algum tipo de portal… foi
o que pensei. Eu estava decidido a ficar calado, não concordar com nada que
aquele gênio falasse. Ele não me roubaria mais nenhum pedido! O acompanhei sem
dizer uma palavra. Ele me olhava de um jeito estranho, certamente estava
tramando um modo de me roubar mais um pedido. Chegamos a uma soverteria. Acho
que sua tática era me fazer pedir um sorvete. Eu queria, queria muito, mas me
segurei. Pude vê-lo ficar preocupado. Ele se aproximou de mim e perguntou o meu
nome, respondi secamente. Ele continuou com sua tática de intimidação,
perguntas infundadas na vã tentativa de arrancar de mim mais um pedido: Você
está com quem? Cadê a sua mãe? Você entrou com quem no castelo fantasma?

Foram
várias perguntas bobas e sem sentido como estas, mas eu só respondi na conta.
Nem uma palavra a mais, nem uma palavra a mesmo. Não pedi nada. Chegou um
momento em que ele se cansou e falou que precisava se retirar e me mandou ficar
onde eu estava. Eu fiquei, mas meu olho o acompanhou. Vi quando ele falou com o
seu cúmplice, um cara disfarçado de guarda do parque. Eles se falaram por uns
dois minutos. Quando o gênio retornou, ele não falou comigo, foi direto à moça
sorveteria. Ele falou algo baixinho em seu ouvido, ela sorriu e enquanto olhava
pra mim, perguntou: picolé ou sorvete?

Respondi:
sorvete. No mesmo instante, o gênio abriu um sorriso e foi aí que percebi o que
havia acontecido. Porra! Fui enganado mais uma vez. Muita
burrice para um garoto só. Dois desejos jogados fora. Gênio ladrão, trapaceiro,
veado! Fechei a cara,… Só mais um desejo. Eu tinha que achar minha mãe, ela
saberia o que fazer com o último desejo. Quando estava me levantando, a garota
da sorveteria trouxe o maior e mais bonito sorvete que eu já havia visto. Não
pude resistir e já havia me custado um desejo mesmo… O melhor a fazer era
tomar. Tomei. E quando estava comendo a jujuba que havia deixado por último, o
gênio sentou-se do meu lado e calmamente falou “Você quer mais alguma
coisa ou quer ver sua mãe agora”
. Filho da puta, seqüestrou a minha mãe.
Comecei a me tremer, milhões de coisas se passaram pela minha cabeça. O que um
ser que vive dentro de uma lâmpada seria capaz de fazer à minha mãe? Eu estava
em suas mãos, não tinha escolha. Ou era minha mãe ou qualquer outra coisa no
mundo. Mas nenhum outro pedido era mais valioso para mim que a minha mãe. Quase
chorando falei “Quero ver a minha mãe”, ele riu e me mandou fechar
os olhos. Fechei. Ele me mandou contar até três. Contei e quando abri os olhos,
ele me mandou olhar para trás.
Lá estava ela. Ele não tinha feito nada com ela. Corri, a
abracei por uns segundos e quando olhei pra trás o gênio não estava mais lá.
Gênio filho da puta… ainda levei uns tapas por ter entrando sozinho no Castelo
Fantasma.