Uma porta para um quarto escuro

POSTADO POR: admin ter, 23 de outubro de 2012

Alternando entre os estilos das minhas leituras, resolvi dar um tempo entre ‘grandes romances’ e me aventurei em um singelo livro que me aguardava na prateleira já há algum tempo. Um exemplar de fino acabamento, com contos curtos, publicado pela editora Tordesilhas. Feliz coincidência; era exatamente a ‘respirada’ que eu precisava entre o meu ritmo pesado de leitura.
Os viciados em livros irão me entender. Se usa pelo menos quatro dos cinco sentidos para se apreciar um livro, isso porque ainda não foram inventadas as páginas comestíveis.
Provavelmente os editores de ‘Uma porta para um quarto escuro’ tinham esta ciência quando confeccionaram esse livro de estreia do autor Antonio Cestaro. Souberam, de forma rara, exteriorizar na arte gráfica do exemplar todo o clima impresso em seu conteúdo. 
E foi assim que eu tateei suas folhas, cheirei suas páginas, visualizei suas palavras e ouvi sua mensagem.

“Reflexões sobre o cotidiano e a condição humana são expostas em 30 textos breves de linguagem próxima a uma conversa descontraída. Sutilmente, a voz narrativa introduz elementos que proporcionam o enredamento entre persona literária e a figura do escritor. Tendo a Literatura como um dos assuntos centrais, Uma porta para um quarto escuro coloca em pauta o fazer artístico, levando o leitor a entender a tradição literária como uma chave para o quarto escuro da alma.”

Justo quando todos tentam reproduzir a velocidade dos filmes nas páginas da literatura moderna, Antonio Cestaro desacelera esses passos para poder apreciar, analisar e transcrever pequenas passagens do cotidiano. E com isso ele conseguiu abordar vários resquícios que passam batidos por olhos destreinados. 
Conseguiu, com maestria, extrair o ‘macro’ do mínimo da rotina do nosso dia a dia.
A forma como os ‘breves’ textos foram dispostos nesta obra, me passaram uma confortável sensação de ‘conversa paternal’. Daquelas onde você apenas senta e escuta seu pai em silêncio enquanto ele narra sua experiencia de vida e faz você ter vergonhar em achar que já viveu o suficiente com apenas duas ou três décadas de existência nesse mundão de meu Deus.
O autor possui uma forte narrativa particular e não tem receio em ser confundido com seus personagens, mas muitas vezes você pode achar que ele esteja falando diretamente para o leitor, ou até mesmo de você. E eu acho que isso ocorre porque o autor fez um contexto literário tão completo, que ele realmente não funcionaria sem sua principal engrenagem… o próprio leitor.
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