Uma Família Feliz (David Safier)
Após transitar por um período de extrema densidade nos temas das minhas últimas leituras, eis que encontro uma pausa nessa correria para apreciar o humor possesso do livro ‘Uma Família Feliz’ (Editora Planeta, 284 páginas), obra do escritor alemão David Safier, o mesmo autor de Maldito Karma.
Ora, não se deixe enganar por esse título ‘simbólico’, nem mesmo pela capa enigmática, e muito menos pela sinopse superficial, pois cometi o engando de julgar este livro me baseando nesses três elementos, e falhei miseravelmente em todos eles. A história gira sim em torno de uma família, mas uma que está longe de ser considerada ‘feliz’, embora tente a todo custo representar o exato oposto para os outros ao redor. Ou seja, como qualquer família normal que se preze.
A família Wünschmann é composta por uma mãe que luta para manter uma livraria infantil a beira da falência, um pai que há muito tempo foi abduzido pelo seu trabalho, uma filha adolescente que fuma maconha e vai mal no colégio e o pequeno Max, que apesar de exibir uma ampla inteligencia adquiria através dos livros, não tem um pingo de conhecimento das coisas da vida. Elementos bem diferentes que precisarão passar pela traumática experiência de serem amaldiçoados por uma bruxa, para finalmente eles perceberem que, por mais que possuam suas particularidades, fazem parte de um mesmo conjunto.
Após algumas palavras malignas e um show pirotécnico por parte da velha feiticeira, os Wünschmann são transformados em monstros clássicos, e agora, parece que finalmente encontraram um propósito comum que os leve a caminhar juntos em prol de um único objetivo.
Com um pai lobotomizado pela forma boçal do monstro de Frankenstein, a filha enrolada com a sua nova condição de múmia, e o caçula sem perder a covardia mesmo agora sendo um lobisomem, acaba sobrando para Emma, como mãe e vampira, conduzir essa complicada missão para encontrar a bruxa, desfazer o feitiço e tentar salvar o que ainda resta da sua família.
Falando assim, até que parece um enredo bem simples. E até poderia ser mesmo. Isso se o autor não tivesse o capricho de preencher a história de referências e personagens conhecidos da cultura pop. E digo isso me referindo ao próprio Drácula, a múmia insepulta de Imhotep, e até uma participação especial da escritora Stephenie Meyer. Sim, ela mesma.
Parece que depois de um período prolongado de tempo amarrado em certos gêneros mais pesados, a gente pode acabar esquecendo como a literatura também pode ser divertida. E sinceramente, eu não me lembro quando foi a última vez que eu me diverti tanto com um livro. Se eu pudesse resumir a leitura desta obra em uma frase, seria a seguinte: Foi como voltar no tempo e assistir uma ‘família aprontando altas confusões’ em um clássico da antiga Sessão da Tarde regado a muita pipoca.
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