Suicidas (Raphael Montes)

POSTADO POR: admin seg, 19 de outubro de 2015

Depois de passear por tantos mundos de fantasia e futurísticos de gêneros fantásticos, procurei variar um pouco a minha leitura escolhendo um livro mais ‘pé no chão’ para acalmar a mente de tantas alegorias. Mal sabia eu que ao escolher um ‘inocente’ policial nacional, eu acabaria inserido em uma aventura emocional mais intensa que qualquer batalha medieval.
Com uma narrativa precisa e ousando com temas restritos, o conceituado autor Raphael Montes constrói uma história épica na obra ‘Suicidas’ (Benvirá, 487 páginas), livro que foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2013. Embarcando nessa leitura totalmente desavisado do que encontraria, e até mesmo com um certo receio do seu conteúdo, fui surpreendido por um enredo arrebatador que só não foi lido em um só fôlego, porque aí seria mais um suicídio a ser contabilizado pelo livro.

Em uma cena dantesca, jovens universitários da elite carioca são encontrados mortos em um porão, exibindo um banho de sangue no que aparentemente foi configurado como um suicídio coletivo provocado por uma roleta-russa com uma Magnum.

Um ano após o fato, as mães dos mortos são novamente reunidas pela polícia para confrontar novas provas que prometem jogar uma luz nesse mistério. Em uma acareação conduzida por uma delegada linha dura, os presentes são obrigados a refazer todos os passos bizarros que levaram seus filhos até esse trágico fim. Sem muita escolha, elas são obrigadas a sentar e escutar enquanto é lido um caderno com anotações de um dos suicidas que narra os momentos finais de todos os participantes desta brincadeira macabra.
Arrastado por um constante clima tenso, o ambiente é encharcado por verdades aterradoras que só mesmo os mortos seriam capazes de revelar. Enquanto máscaras começam a cair e segredos são expostos, vai se desenhando um quadro desesperador em que o próprio leitor acaba se vendo como refém daquelas páginas, com sua atenção milimetricamente capturada ao término de cada capítulo.

O desfecho dessa história pode ser considerado um espetáculo a parte, respeitando e mantendo o ritmo impresso durante todo o enredo, o autor nos presenteia com um final surpreendente e plausível, do tipo que arranca do leitor alguns pensativos minutos de silêncio após concluir a leitura.
Devido os elementos simplórios escolhidos para compor esta obra, ‘Suicidas’ tinha tudo para ser um ‘mais do mesmo’, se não fosse a genialidade arbitrária de Raphael Montes que, sem muita pirotecnia, montou uma armadilha de palavras entrelaçadas capaz de aprisionar o tento de qualquer um.


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