RESENHA: Malditos Paulistas (Marcos Rey)

POSTADO POR: Maldito qui, 13 de junho de 2013

Uma tarde em uma livraria pode realmente ser algo mágico. É incrível como há dias em que se corre os olhos por todos os títulos das prateleiras sem que nada desperte o seu interesse, ou ocorrer de simplesmente bater de frente com algum título, ou capa, que te atrai logo de cara. Aí você dá aquela folheada no exemplar, e uma lida na sinopse, contracapa, e orelhas, e por alguma razão ocorre algo próximo a um amor a primeira vista. É decidido que aquele exemplar em específico será seu, e é provável que passe o resto do tempo carregando ele na mão, mesmo tendo dúzias de outros iguais no lugar.

A última vez que tive esse ‘insight’ foi com o livro Malditos Paulistas do Marcos Rey. Um autor já falecido com um vasto currículo literário que até então eu desconhecia. Comprei sua obra totalmente as escuras, ignorando até mesmo sua data de publicação, até achando tratar-se de um lançamento recente.

Tudo que aquela história possuía para me atrair estava muito bem resumida em sua sinopse que falava sobre um carioca que, ao tentar a vida em São Paulo, acabou como motorista de uma rica família de descendência italiana do refinado bairro do Morumbi, onde acidentalmente acaba envolvido em uma trama mafiosa articulada por seus patrões.

Passando pelo filtro da minha vida, o livro já tinha me ganhado quando mencionou ‘Carioca em São Paulo’.

Durante o transcorrer da leitura, meu lado crítico a todo o momento tentava me situar em alguma década específica onde se passasse a narrativa, e estabelecer uma linha temporal para a obra. Algo que não durava muito, pois logo eu voltava a me envolver com o desenrolar dos personagens e esquecia de fiscalizar se algum empecilho da trama podia ter sido resolvido com uma simples ligação de um moderno celular, ou não.

Mas você, caro leitor desta resenha, terá a sorte de já saber que a história de ‘Malditos Paulistas’ se passa no início da década de 80, quando a rivalidade entre os estados ia além do futebol.

Se as datas se encontrassem, eu até poderia dizer que as diferenças entre a ‘Terra da Garoa’ e a ‘Cidade Maravilhosa’ abordadas no livro, poderiam ter fatalmente influenciado a sequencia de textos ‘Coisas que um carioca nunca vai entender em SP‘ aqui do blog, ou vice-e-versa. Pois o tratamento é bem parecido, tratando o assunto com um certo humor, sem ser tendencioso, mas sem fugir da verdade inegável de certos fatos.

Qualquer pessoa que tenha alguma ligação com ao menos uma dessas culturas (seja a carioca, ou paulistana), facilmente irá se divertir em ver como Marcos Rey desarma os leitores ao desconstruir os estereótipos de ‘carioca malandro’ e ‘paulista operário’, para mais tarde reconstruí-los com grande estilo para o fechamento de um enredo policial impossível de ser desvendado antes de seu desfecho.

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