Quem pergunta o que quer… (Parte 2)

POSTADO POR: admin seg, 19 de maio de 2008

Da série : “Perguntas demais definitivamente me irritam”
E vocês que achavam que o papo tinha acabado por ali né…

– O que acha da crise do país?
– Sabe estou cagando se o país está na merda ou não, contanto que eu me vire.
– Que é que você acha dessa “Guerra Civil” que estamos vivendo?
– Não tem nada de errado com ela.
– Ah é, é ?
– É. Quando você entra num táxi, isso é guerra. Quando você compra uma puta, é guerra. Quando você compra um pão é guerra. Às vezes eu preciso de pão, taxi e puta.
– Você gosta de guerra?
– Não tem nada de errado com ela: é uma extensão natural de nossa sociedade.
– Sabe, os outros não tem de aceitar essa merda.
– Os outros aceitam o que têm de aceitar. Aceitam coisa muito pior.

-Como as passagens de ônibus?
-Exatamente.
– Quais são as suas preocupações, então?
– As mulheres modernas.
– As mulheres modernas?
– Elas não sabem se vestir. Usam uns sapatos pavorosos.
– Que acha da Liberação das Mulheres?
– Na hora que elas estiverem dispostas a lavar carros, se pôr atrás de um arado, perseguir os dois caras que acabaram de assaltar a loja de bebidas ou limpar os esgotos, na hora que estiverem dispostas a ter os seios arrancados á bala no exército, eu estou disposto a ficar em casa e lavar os pratos e me chatear catando fiapos do tapete.
– Que pensa do amor?
– Não penso.
– Você é bom de cama?
– A maioria dos homens gosta de pensar que é. Provavelmente sou bom, mas não sensacional.
– Acredita que o homem é o senhor do universo?
– O homem é a cloaca do universo.
– O sentido da vida. Eu quero saber por que temos vivido todos esses anos? Será que desperdiçamos nossas vidas?
– Todo mundo desperdiça, quase todo mundo desperdiça
– O que podemos fazer então?
– Comer, dormir, foder, mijar, se vestir, andar por aí e encher o saco dos outros.
– O que eu preciso saber é se há uma saída. Há alguma espécie de saída?
– Garoto, não há saída. Os analistas aconselham a gente a jogar xadrez ou colecionar selos ou jogar bilhar. Qualquer coisa, menos pensar nos problemas maiores.
– Xadrez é um saco.
– Tudo é um saco. Não há como escapar. Sabe que alguns vagabundos de antigamente tatuavam no braço: “NASCIDO PARA MORRER”. Por mais primitivo que pareça isso, é sabedoria fundamental.
– Que acha que os vagabundos tatuariam no braço hoje?
– Não sei. Na certa alguma coisa do tipo: “VENDO ALMA SEMI-NOVA, ÚNICO DONO EM EXCELENTE ESTADO DE CONSERVAÇÃO”.