Provérbios populares que não significam exatamente o que você imagina

POSTADO POR: admin sex, 08 de julho de 2016

O maior propósito de um provérbio é ensinar de forma rápida e prática qualquer pessoa disposta a perceber e compreender o mundo ao seu redor. Alguns desses provérbios são tomados como mantra por alguns, e podem mesmo mudar a vida de alguém, enquanto outros,… Nem tanto assim. Muitos deles perderam seus verdadeiros significados ao longo dos anos, tornando difícil selecionarmos aqueles que realmente ainda podem nos ser úteis.

Assim como ocorreu com muitos símbolos famosos da humanidade, alguns provérbios foram utilizados de forma tão abusiva pelos populares, que hoje acabaram ganhando um conceito bem diferente do seu original. Confira abaixo:

A curiosidade matou o gato
A frase serve como um aviso para aqueles que que são curiosos além do seu próprio bem. No entanto, o provérbio que conhecemos atualmente, se originou a partir do termo “O cuidado matou o gato”, com a palavra “cuidado” agindo no sentido de “preocupação” ou “tristeza.” Traduzido literalmente significa: a enorme preocupação ou cautela matou o gato está relacionada com a medicina, porque expõe que a ansiedade excessiva e preocupação é ruim para a saúde das pessoas, que podem ficar doentes ou até mesmo a morte prematura.
O provérbio foi registrado pela primeira vez em uma peça de 1598, que, acredita-se, foi encenada por uma trupe de atores do qual incluía William Shakespeare. Mais tarde, sem qualquer escrúpulo, Shakespeare usou a linha memorável em uma das suas próprias peças. Em 1898, a expressão original ainda estava em uso quando foi definida no dicionário de verbetes de Brewer. No entanto, a frase foi impressa como “a curiosidade matou um gato”, e acabou se transformou em um dos avisos mais usados nos dias de hoje.
O sangue é mais forte que a água
Muitas vezes usado para implicar que os laços familiares são mais importantes que qualquer outra coisa. Hoje mais citado para lembrar alguém que os laços familiares são mais significativos do que as relações temporárias com amigos. Mas não era bem isso que a frase dizia inicialmente.
A versão original foi dita como, “O sangue da aliança é mais forte do que a água do útero”, o que significa que o vínculo entre companheiros é mais forte do que a sua lealdade familiar. Ou seja, exatamente o oposto do que imaginamos. Com o tempo, a palavra ‘sangue’ foi encarada literalmente, mas antes se referia ao sangue que foi derramado por soldados no campo de batalha. A frase também foi usada como referência a pactos de sangue que as pessoas praticavam cortando uns aos outros e misturando o sangue de ambos. Uma vez que o pacto era feito, eles estariam ligados e comprometidos um com o outro mais do que com seus próprios irmãos.
O Diabo está nos detalhes
A versão atual alerta para erros que por ventura ocorrem nos pequenos detalhes de um projeto. Mas na verdade, a versão mais antiga do provérbio dizia que: “Deus está nos detalhes.”, significando que prestar atenção nas pequenas coisas traz recompensas significativas. Não está claro quem cunhou a frase, mas o provérbio é atribuído a muitas figuras influentes , incluindo Michelangelo. No entanto, a figura a quem a frase é mais comumente atribuída é o arquiteto de origem alemã Ludwig Mies van der Rohe.
Carpe Diem
Esta frase em latim é muitas vezes traduzida como “Aproveite o dia” em português, e é usada para justificar atos espontâneos, a fim de aproveitar o dia ao máximo. Mas isso não é inteiramente verdade. A frase que pensamos conhecer é uma abreviação de “Carpe diem, quam minimum credula postero.”, que significa: “Aproveitar o dia, confiando o menos possível no futuro”. Nos encorajando a plantar bons frutos no presente para serem colhidos no futuro. A frase apareceu pela primeira vez em um livro do poeta romano Horácio, que usava metáforas agrícolas para encorajar as pessoas. A frase “Carpe Diem” foi usado por Lord Byron, em 1817, e mais tarde foi popularizada pelo filme A Sociedade dos Poetas Mortos. Hoje, o significado original da frase foi esquecido e pode ser facilmente encontrado em qualquer tatuagem incitando as pessoas a agarrarem as oportunidades da vida ao máximo… Sem qualquer preocupação com o futuro.
O dinheiro é a raiz de todo mal
De acordo com esse provérbio, toda a imoralidade e maldade do mundo seria causada pelo dinheiro. Talvez por isso seja uma das preferidas dos ativistas políticos de esquerda. Porém, a frase é uma citação equivocada da Bíblia, que no original diz que “O amor ao dinheiro é a raiz de todo o mal.” Isso significa que a maldade é gerada ​​pelo apego das pessoas ao dinheiro, e não pelo próprio dinheiro em si. 
A riqueza é moralmente neutra, e não há nada de errado com o dinheiro ou a posse do mesmo. De acordo com a Bíblia, somente quando o dinheiro começa a nos controlar que devemos começar a nos preocupar.
A verdade o libertará
Hoje esta frase é frequentemente utilizada para incentivar as pessoas a revelar a verdade após terem mentido, a fim de se sentirem melhor com isso. Ela também vem da Bíblia, e existe diferentes variações da frase, dependendo da tradução. É uma frase bem popular, no entanto, o contexto original da frase tem pouco a ver com a mentira em si. A “verdade” citada na frase foi concebido para representar o cristianismo, Deus ou Jesus, e a “liberdade” se refere a quaisquer impedimentos, como pecados ou ignorância. Assim, “a verdade vos libertará” originalmente significava que, se você se tornar um cristão, Deus te libertará da escravidão do pecado.
Falando no Diabo
Atualmente usado como uma forma de reconhecer a coincidência de uma pessoa chegar no momento exato em que um grupo falava sobre ela. Nada de sinistro está implícito na frase, e a palavra “diabo” é simplesmente usada como um termo de expressão. No entanto, antes do século 20, o provérbio originais carregava um significado um pouco mais bizarro. A frase original que diz: “Fale do Diabo, e ele aparecerá”, foi catalogada em vários textos latinos e ingleses antigos do século 16. O provérbio ficou bem conhecido por meados do século 17 e expressa a crença de que era perigoso falar sobre ou simplesmente mencionar o nome do demônio.Foi por volta do século 19 que o significado original da frase começou a diminuir. Em vez disso, começou a servir como um alerta contra a espionagem.
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