Problemas com minha roupa

POSTADO POR: admin dom, 27 de novembro de 2011

Estou passando por uma catástrofe pessoal, um fim do mundo particular
onde meu destino final é terminar nu. Sim amigo leitor, pelado com a mão no
bolso, por culpa do meu completo anacronismo com o mundo da moda. Tudo começou
pelos pés, como relatei no texto ‘Problemas com meu Tênis (eu disse Tênis)’, e
agora, feito um câncer, a coisa se alastrou para outras peças da minha (da
nossa?) vestimenta.
Fim de ano, época da tradicional troca de pele humana onde milhões
desses seres se aglomeram nas melhores lojas do ramo em busca de uma completa
renovação do guarda-roupa. E como eu sou do povo, um zé ninguem, não poderia agir
diferente.
Minha ‘troca de pele’ devia estar atrasada cerca de três
temporadas, período em que as únicas novidades encontradas no meu armário
foram apenas meias e cuecas presenteadas por tias em datas comemorativas.
Com uma inédita disposição de passar alguns longos minutos dentro de
desconfortáveis provadores, fui (como diriam as mulheres) às compras.
Minha desatualização me criou dificuldades já na entrada da loja, onde
somente com a ajuda de uma atendente consegui encontrar a sessão de roupas masculinas.
É foda, a parte que se destacava por suas araras lotadas com roupas simples de
cores neutras, agora se ‘camufla’ por entre explosões de cores e modelos se
confundindo com a ‘sofisticada’ sessão feminina. É quase impossível saber onde
começa uma e termina a outra. A impressão que tive, é que algum moleque peralta
misturou todas as peças da loja, cabide por cabide, enquanto a mãe não estava olhando.
Onde estão as camisas lisas e sem estampas? Eu queria uma calça jeans
sem esses gadgets no bolso, por favor. Tem de alguma cor que não faça parte do
arco-íris? E essa gola aqui, tem certeza que é pra homem? É ISSO QUE A MOLECADA TÁ USANDO HOJE EM DIA?!
Para quem achava que as ‘blusas rosas’ eram o fim da picada, informo que
o mercado foi tomado por um surto de roupas tão andrógenas quanto os ídolos
dessa nova geração. 
O que deveria ser a maior expressão de variedade, opções e
estilos, se tornou uma tremenda ditadura impondo suas covardes regras ao
vestuário,… Nunca a expressão ‘quem dita a moda’ fez tanto sentido.
E como fica essa minoria, que assim como eu, escolheu viver ‘fora da
moda’
? Pessoas adeptas do ‘pretinho básico’, que aliás, acabou se tornando uma peça
rara no mercado. 
Será que vou ter que ocupar algum grande magazine a força,
para protestar pelo meu direito de ser careta na hora de me vestir?