Poder Sem Limites

POSTADO POR: admin qua, 14 de agosto de 2013

Poder Sem Limites
(Chronicles)

Diretor:
Josh Trank
Roteiro:
Max Landis
Ano:
2012
País:
EUA
Atores: Dane DeHaan, Alex Russell, Michael
B. Jordan
Obs:
Enquanto vocês leem a coluna desta semana, saibam que estou no meio do nada,
atravessando dois estados brasileiros dentro de um ônibus, totalmente dopado
por Dramim.
Esse filme me foi indicado como terror e confesso que, ao ver a capa, não o achei
interessante. O deixei na “lista de espera” até que, numa noite, o assisti. E
não, não é terror. Mas é excelente.
Poder sem Limites, basicamente, apresenta três diferentes jovens, Andrew, Matt
e Steve, figuras fáceis de qualquer colegial que, durante uma festa rave,
descobrem um buraco onde deparam-se com uma estranha estrutura. Após o
acontecido, adquirem poderes telecinéticos.
Desse dia em diante, passam a andar juntos, tornam-se grandes amigos e, ao
mesmo tempo, experimentam todas as possibilidades sobre estes poderes, que,
quanto mais utilizados, mais crescem. Até que as coisas começam a sair do
controle, especialmente para o atormentado Andrew, fruto de anos de bullying e
um péssimo ambiente familiar, tendo de tomar conta de sua mãe, em estado
terminal, e aguentar seu pai, que o trata como lixo. Muito mais que vingança,
Andrew utiliza os novos dons em prol de duas coisas: Aceitação e proteção. Mesmo que suas
ações aproximem-se da loucura e desespero.
Os poderes do trio apresentam uma questão muito interessante. Quanto maior a
liberdade, maior a responsabilidade. É muito interessante vê-los como metáforas
de sentimentos e incômodos do que como o foco da história. Um catalisador para
tudo que precisam externalizar. De onde vêm esses poderes? Por que aquela
estrutura estava no interior daquele buraco? Tais respostas são importantes?
Não, a partir do momento que os mesmo são usados para representar algo. Se
inicialmente são usados de qualquer forma, após uma ação inconsequente,
percebem a responsabilidade que é tê-los e, a partir daí, é nítido que, com ou
sem poderes, os três imaturos são colocados diante de questões muito além dos
poderes, os colocando, a todo tempo, em dois diferentes lugares, o singular e o
plural. Especialmente o atormentado Andrew.
Sob uma ótica simples e atrativa, o filme se utiliza de filmagens que aproximam
ainda mais o público jovem, o “amadorismo” das filmagens. Cortam-se as cabeças
dos atores, enquadramentos tortos, filmagens típicas de qualquer um, facilmente
encontrada em qualquer rede social. Além das câmeras de segurança e tudo mais
ligado à internet, os protagonistas ainda “manuseiam” a imagem, nos aproximando
ainda mais do que é apresentado. E assim segue crescendo, até nos
depararmos com a espetacular sequência final.
Eles não são mutantes. Não existe um mentor. Algo que os motive a se mover. Nada
pelo país. Nenhum ideal. Não usam fantasias, codinomes e nem mesmo pensam muito
em entender como conseguiram seus poderes.
Para quem se decepcionou com Heroes, Os Vingadores, X-Men 3 e qualquer outro
filme do gênero em que idiotizaram excelentes personagens e histórias das HQs,
Poder Sem Limites é quase uma desestruturação daquilo que aguardamos ao ver a
fórmula humanos + super poderes. Trata-se de um filme que merece ser visto e
discutido. (Se eu fosse professor do ensino médio, o usaria para discutir sobre
vários assuntos referentes a essa fase da vida). Um filme que diverte, choca e
nos faz pensar, além de trazer um novo e necessário ar para os filmes do
gênero.
  
E
qual o pensamento que tirei sobre?
Se
você não estiver bem consigo, não adianta ser dono do maior dos poderes.

Assista ao trailer no vídeo abaixo: