Pô, jovem é outro papo…

POSTADO POR: admin sáb, 04 de setembro de 2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Eu que já ostentei três brincos na orelha esquerda e um cabelo que batia no meio das costas durante a adolescência, me flagrei por esses dias ridicularizando mentalmente “a nova geração” ao cruzar na rua com um rapaz que exibia um par chamativo de brincos em suas orelhas. Ao perceber esse meu ato, me justifiquei sozinho comigo mesmo pensando em seguida:  “ Fala sério! Na minha época pelo menos os brincos eram mais discretos, no máximo algumas argolas, já isso aí é quase como aqueles identificadores usados em gado!”.

Mais alguns passos a frente, minha mente inquieta continuou ponderando sobre o fato, gerando novos pensamentos: “Putz! Será que estou ficando mesmo velho, e dos mais rabugentos? Quantas vezes já não devem ter imaginado o mesmo sobre mim? Há uns 15 anos atrás?”.Por Crom! Logo eu, que sempre achei legal ser tão errado, um porraloca assumido, o cúmulo de tudo reunido, estaria sendo abatido pelas areias do tempo? Talvez, esgotado o efeito do pó de pirlimpimpim que nos mantém jovens?
Esses questionamentos me rodearam por todo meu trajeto até o meu retorno para casa. Me senti afetado pela idade, lento, pesado, ultrapassado,… com uma certa urgência em ainda me sentir na ativa, vivo. Corri para o armário e me armei com meu empoeirado nunchaku, e arrisquei algumas manobras enferrujadas pelos anos sem prática, minha velocidade já não era a mesma, e os músculos dos braços chiaram pelo esforço repentino sem um aquecimento prévio, mas o know how da coisa ainda estava em meu corpo e em minha memória, ainda me sentia capaz de derrubar, três, quatro, até cinco malfeitores , manejando aquela simples arma, continuava bom naquilo.
Mais algumas horas na frente me dei conta que o problema podia não estar em ficar velho, afinal , esse é um processo inevitável que só nos permite escolher em passar bem por ele, ou não.
Eu poderia estar sendo contaminado por algo bem pior, a caretice.