Perturbação Interna – Um quarto de partes

POSTADO POR: admin seg, 06 de agosto de 2012

O que fazer quando, do nada, você começa a receber e-mails com relatos sinistros de um desconhecido? Bom, eu resolvi publicar aqui no blog! 
Para isso eu criei essa sub-coluna intitulada ‘Perturbação Interna‘ onde venho  postando, para dividir com vocês, essas conturbadas palavras que insistem em chegar a minha caixa de entrada.
Começou a pesar muito o meu excesso de pensamentos. Assim como surgiram várias ideias boas, surgiu uma frustração absurda por não conseguir colocar todas em prática, não tenho um instante de sossego, minha mente nunca para, tudo me atrapalha, não consigo levar nada adiante. E o pouco que consigo fazer, não dá certo.
É muito revoltante, você percebe tudo que está de errado, mas parece que só você é capaz de enxergar alguma coisa nesse mundo. As outras pessoas parecem cegos tateando o caminho.
Você pensa, pensa, pensa; e chega na inevitável solução de se matar para acabar com esse desgosto.
Tem o amor pela família, isso pesa muito contra essa decisão; mas muitas vezes, eu mesmo estrago essa relação com alguma atitude grosseira e egoísta, minha mulher revida, jogando na minha cara tudo o que eu sou e o que eu não sou.
Não tenho um revólver, mas tenho um carro. Acho que até mesmo com uma faca eu consigo.
Só me enforcando é que eu não vou. Pode acontecer de não quebrar a coluna quando o corpo desaba, e aí você fica agonizando por até um minuto. Seria um minuto tendo que suportar a mim mesmo me maldizendo, por ser incapaz de me matar direito, que até para isso eu não presto.
Acho que vários cortes doeriam menos. Me cortar no chuveiro de um hotel, com a pressão caindo, a sonolência e o conforto da água quente até acabar.
Não acredito que tenha nada depois. Simplesmente acaba.
Já pensei várias vezes em fazer isso, e só não fiz por causa do gosto de vingança que eu quero provar.
Hoje, por exemplo, vi no noticiário um policial que surtou, deu uns tiros para o alto e guardou a última bala para se dar um tiro na cabeça.
Em uma das vezes que eu estava planejando de maneira mais séria a minha morte, eu pensei que seria um desperdício morrer sozinho.
São tantos os canalhas que cometem abusos, comparados até a massacres, que andam por aí sem um pingo de remorso na consciência, que eu tomei a decisão de que, quando eu me matar, vai ser para servir de exemplo.
E não fico pensando baixo, no diretor de não sei aonde ou no dono de tal lugar. Eu sei que lá no alto, tem um juiz que não está nem aí para os processos que leva três anos para julgar, um prefeito que não está nem aí para a verba da merenda escolar que desviou para a sua empresa particular, ou até um senador que acha certo criar lei para defender bandido.
Vai ser em algum desses, aliás, para fazer valer minha morte, tenho que levar junto uns dez. É uma conta justa para mim. Um dos meus para dez dos seus.
É que eu ainda não consegui achar uma oportunidade destas, mas que eu vou servir de exemplo, eu vou.
Acho um desperdício uma pessoa se matar e não fazer algo de útil com sua morte.
Um pra um é fácil, acho que qualquer um consegue acabar com alguém e se matar junto, mas eu quero dez para um. Pelo menos..