Paranóia

POSTADO POR: admin qui, 29 de abril de 2010

Antes eram apenas os quase imperceptíveis ruídos, muitas vezes parecidos com sacolas plásticas de supermercado sendo remexidas. Eu colocava a TV no mudo e escoltava o silêncio durante algum tempo esperando que se repeti-se, e nada acontecia.
Nos últimos dias, vultos foram adicionados ao cenário, passam ao meu lado e as vezes me assustam com seus jogos de sombra que parecem fugir como baratas pelos cantos quando as encaro, e então, não estão mais lá.
Esgueiram-se pelas esquinas dos meus olhos, e atrapalham minha rotina com pequenas investidas diárias. As vezes chego a sentir seu assombroso toque nos braços ou nas mãos, como patas de aranhas, atraindo minha atenção, para me tirar o pouco que me resta de razão.
Na maioria das vezes prefiro ignorá-las, logo se cansam de encher uma pessoa como eu, mas confesso que fazer isso está ficando cada vez mais difícil.
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