Pé de Barro – Os Tombos de Maromba

POSTADO POR: admin sex, 29 de agosto de 2008

Hoje começamos a segunda parte do primeiro tombo da série “PÉ de BARRO – Os Tombos de Maromba”, que se extenderá por mais duas semanas sempre sendo publicada as terças e sextas.
Se você ainda não se situou e perdeu a primeira parte desse tombo, CLIQUE AQUI, e acompanhe desde o início essa série de desventuras, ou ficará sem saber como tudo isso começou.
Para aqueles (poucos) leitores assíduos da série, aí está finalmente a conclusão dessa viagem iniciada por “ele ” e Cristina!
Inté!
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PÉ DE BARRO – “Os Tombos de Maromba”

Tombo I

Reféns do que virá (parte 2)

1.
Para minha sorte a van que nos conduziria até Maromba não conseguiu chegar a sua lotação máxima, eu e Cristina ficamos confortáveis com todo o espaço do último banco para nos esticarmos.
Nos bancos da frente além do motorista careca, também havia um jovem casal como Cristina e eu, uma senhora gorda e duas amigas com saias coloridas ripongas que não paravam de falar, pareciam ser veteranas em se tratando de Maromba. Resolvi consultá-las.
-Com licença. Quanto tempo até Maromba?
-Umas duas horas…
-Duas horas? Que merda, eu achava que era mais perto de Resende.
-Na verdade não é tão longe, o problema é que a estrada é precária, por isso o motorista tem que ir devagar.
-Sem contar que é serra né,…subida o tempo todo- completou a amiga
Olhei pela janela, realmente, a estrada obrigava o motorista a ser bom no volante, cheia de buracos e declínios, pedras e barro. Algumas curvas eram em beiradas de enormes barrancos, onde se precisava contar com um pouco de sorte. Pelo menos as nuvens negras pareciam ter ficado por Resende mesmo, quanto mais avançávamos na estrada, mais elas ficavam pra trás.
A van fez uma parada em um bar na beira da estrada chamado Capelinha. Descemos e aproveitamos para utilizar o banheiro do estabelecimento. O cheiro de natureza me dava ânimo.
Quando fui comprar algumas cervejas, descobri que Capelinha também era o nome de uma bebida que se servia no local,…na verdade, a bebida dava nome ao lugar. Bom, já que estávamos ali, não custava nada provar algo típico da região. Comprei uma garrafa de Capelinha, algumas latas de cerveja, cigarros e voltamos pra van para retomar a viagem.
Ofereci algumas cervejas para as garotas, o que causou um certo ciúme em Cristina, que me fuzilou com seus olhos redondos. Fingi não entender do que se tratava o olhar e comecei a degustar a tal da Capelinha.
Depois de um bom tempo de viagem, comecei a avistar alguns telhados de pequenas casas. Me animei.
-E então meninas?! È ali que é Maromba? – apontei para as casas, agora já melhor definidas no horizonte.
-RSrSrSr,…Não, lá é Mauá,…ainda falta um pouco até Maromba,…vocês nunca foram em Maromba mesmo?
-Não, essa é a primeira vez – respondeu Cristina, que viu na deixa da menina uma chance de boicotar a intimidade que eu estava criando com elas.
-É assim,…vem Mauá, passa Maringá,…
-E depois é Maromba? – eu completei a frase, para retomar a tal intimidade.
A van atravessou a cidade de Mauá e continuou pela estrada tortuosa de barro batido. Alguém na van acendeu um baseado, assim que identifiquei o cheiro, não sei porque, mas fiquei preocupado com a senhora gorda que viajava conosco, olhei para ela preocupado achando que pudesse dar um chilique por conta da erva. Mas foi ela mesmo que esticou o braço flácido para trás oferecendo o baseado para Cristina e eu.
-Vai unzinho aí?
Nesse meio tempo, a viagem já demonstrava que seria interessante.

Continua aqui…