OS BEATS – Uma Graphic History (Harvey Pekar * Ed Piskor * Paul Buhle)

POSTADO POR: admin sex, 10 de abril de 2015

Como uma das fontes de inspiração primária para a criação deste blog, podemos imaginar que o legado da geração Beat já foi debulhado aqui de todas as formas possíveis, seja no formato de livros, resenhas, artigos, filmes ou documentários, seus percussores sempre tiveram um lugar cativo por entre as páginas do DpM. A política do ‘faça você mesmo’ e a extrema necessidade de ‘viver antes de escrever’, são alguns dos sentimentos nobres que conduzem cada toque publicado por aqui. Por isso, tamanha foi a minha surpresa ao topar com uma graphic novel inteira dedicada a retratar de uma forma inédita, a vida e obra de dos maiores ícones da geração Beat, e os frutos desse movimento que originou a contracultura.
Partindo do pensamento de que até mesmo as principais obras produzidas durante este período, como os clássicos On the Road (Jack Kerouac) e Almoço Nu (William Burroughs), não superam a própria história de vida conturbada de seus criadores, a graphic novel OS BEATS – Uma Graphic History (Editora Benvirá, 197 páginas) procura transformar essas ‘personalidades’ em ‘personagens’ e representar suas biografias de uma forma que não deve nada as escrituras originais desses autores.

Com um roteiro de Harvey Pekar, a arte característica de Ed Piskor e a colaboração de muitos outros autores e ilustradores de renome, OS BEATS representa fatos e passagens das vidas de seus homenageados que eu nunca vi explorados em outras mídias,… Pelo menos não desta forma.
Mantendo o espírito que consagrou todo este movimento, o volume consegue transmitir serenamente toda a ‘imprudência escrita’ e a quebra de paradigmas que impulsionaram os Beats, transformando grandes autores em protagonistas de suas próprias histórias, contadas de uma forma que, talvez, nem mesmo eles ousariam narrar. Pelo menos, não naquela época. Levando em conta que estamos nos referindo a escritores cujo as obras se confundiam com suas próprias vidas, o resultado dessa mistura entre ‘imagens e palavras’ é no mínimo surpreendente. O enredo poderia facilmente ter sido escrito por um ‘beatnik’, e as ilustrações despreocupadas em ‘preto e branco’, reproduzem com maestria toda expressão pujante do movimento.

E se a primeira parte desta publicação é dedicada a biografar os artistas, as páginas finais foram reservadas para interpretar suas artes, em histórias que edificam a poesia furiosa que foi produzida por figuras como Robert Creeley, Charles Olson e Greogory Corso.
Lançado por aqui em um exemplar de fino acabamento cuidadosamente trabalhado pela Editora Benvirá, OS BEATS é como uma fusão entre biografia e catálogo, que reúne todos os personagens que proclamaram o início da contracultura. Do expoente mais importante do movimento, até aqueles que só alcançaram um reconhecimento regional (o que no EUA pode representar toda uma costa, leste ou oeste), todos possuem um trecho de seu trabalhos merecidamente representados neste volume.
Por fim temos, um tributo brilhante com um olhar franco sobre as inegáveis conquistas deste marco cultural.

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