O que a vida sexual dos animais pode ensinar sobre a nossa

POSTADO POR: admin sáb, 03 de maio de 2014

Como exercemos uma exímia fascinação pela nossa própria sexualidade, muitas vezes tendemos a esquecer todo esse ‘ritual de acasalamento’ como uma forma de reprodução, além de considerarmos o ato sexual como uma exclusividade da humanidade. 
Mas se observarmos o mundo animal com mais atenção, podemos ver que quase todas as espécies exercem algum tipo de conflito de interesses entre o macho e a fêmea. Para ela, geralmente é melhor manter suas opções em aberto e selecionar o melhor dentre os pretendentes disponíveis para gerar sua prole. Por outro lado, para ele, é mais interessante que várias fêmeas fertilizem seu esperma e assim garantam a perpetuação da sua genética. Assim a evolução favorece coisas diferentes dos dois lados da divisão sexual. Tanto nos seres humanos, quanto em espécies bem pequenas.
O que isso significa? Duas coisas. 
Em primeiro lugar, que os órgãos genitais evoluem mais rápido que qualquer outra parte do corpo. É uma lei da natureza que a região inferior do animal seja o lugar onde reside suas características mais distintivas. Pegue qualquer livro de identificação de insetos e você vai encontrar centenas de espécies que parecem idênticas na parte externa, mas possuem órgãos genitais totalmente diferentes, e isso vale pra ambos os sexos. 
Em segundo lugar, que os órgãos genitais não são apenas injetores e recipientes seminais mundanos. Muito pelo contrário, eles são o palco onde grandes peças da evolução acontecem.
1. A Guerra Química do Sêmen Antidepressivo
A gente pode até pensar que o sêmen é apenas uma espécie de geleca aguada que serve pra amortecer o caminho dos espermatozoides até os óvulos. Mas a parte liquida do esperma, em humanos e animais, é na verdade uma mistura nociva de centenas de substâncias manipuladoras. 
Algumas proteínas presentes no sêmen das moscas entram na corrente sanguínea da fêmea e ligam receptores em seu cérebro que desligam seu desejo sexual, fazendo-a a ignorar outros machos durante o tempo necessário para fertilizar seus ovos. Em outras palavras, o sexo passa a ser uma guerra química em que o macho da espécie se previne da promiscuidade feminina para beneficiar suas chances de paternidade.
E isso não ocorre apenas com as moscas. Proteínas de manipulação também foram encontradas em outros animais. Já em humanos… Bem, ainda não se sabe ao certo, mais existem várias indicações de que o nosso sêmen também prega peças fisiológicas na mulher. Especialistas descobriram recentemente que a exposição ao sêmen protege as mulheres grávidas contra uma possível reação alérgica de seu corpo ao feto. De forma que: as proteínas no sêmen de um homem assumem o controle imunológico da mulher para proteger sua prole.
2. O Orgasmo Feminino das Joaninhas
O acasalamento das ‘joaninhas’ parece a transa de dois palhaços apaixonados. O macho, empoleirado em cima da fêmea, com seu pênis dentro dela, enquanto comete caricias ritmadas com suas patas. Mas a verdade é que ela o impede de penetra-la fundo o suficiente para fertilizar seus ovos mantendo tenso seus músculos vaginais. Só quando ela decide que o macho a acariciou por tempo suficiente, ela irá relaxar e deixá-lo ejacular. Isso te parece familiar?
Pois bem, uma pesquisa feita por cientistas ingleses mostrou que o orgasmo feminino pode ter o mesmo efeito nos seres humanos. Eles descobriram que, se uma mulher tem o seu clímax junto com o homem, ela suga muito mais do seu esperma com o útero. Caso o orgasmo feminino venha antes, ou em seguida, ao do homem, é provável que todo o esperma seja desperdiçado e despejado pela vagina. Parece que as mulheres podem fazer a mesma escolha das ‘joaninhas’ sobre permitir, ou não, um macho fertilizar seus óvulos. O que me faz pensar se não vem daí o apelido desse inseto.
3. Inseminação Traumática
Durante o sexo de outros insetos insetos, já é comum ocorrer uma prática terrível chamada ‘inseminação traumática’. Nestas espécies o macho ignora a genitália da fêmea e injeta seus espermatozoides diretamente no corpo dela, usando seu pênis pra furar sua pele como um punhal. Em seguida, o esperma é espremido através de seus órgãos internos, atingindo o ovário a partir de dentro. 
Isso pode parecer estranho, mas as células do esperma humano podem fazer o mesmo, ainda que acidentalmente. As mulheres com a condição congênita de ‘não comunicação dos cornos uterinos’, em que um dos ovários é inacessível a partir da vagina, ainda podem engravidar naquela parte bloqueada de seu útero e gerar o feto fora dele. É sinistro, mas acontece.
4. Se Amando como os Animais
A posição sexual preferida dos homens, não por acaso já foi (ou ainda é, não sei dizer) proibida pela Igreja Católica justamente por ser considerada a forma como os animais se relacionam… Como se fizéssemos parte de alguma categoria a parte da natureza.
Tirando algumas poucas espécies ‘evoluídas’ de macacos, o popular ‘de quatro’ parece ser a única posição que os animais conhecem para o sexo. E levando em conta que não fazem isso por pura perversão, acho que temos que considerar os benefícios dessa prática. Alem de ser a postura mais apropriada para a inserção do sêmen masculino em seu caminho rumo a fertilização, também é a única posição que permite ao homem alcançar e estimular certas zonas erógenas da mulher.
Portanto, podemos dizer que não há nada de estranho em transar assim, tendo em vista que essa é a forma mais correta e natural de se fazer a coisa. Agora, os tapinhas no lombo ficam pela conta de cada um.