O homem que tentou vender o mundo

POSTADO POR: admin sex, 21 de setembro de 2012

Perguntas etílicas derivadas de um
pensamento quase sistemático sobre o sistema
Quem é você? Aí, no vazio do teu
quarto, cara a cara com o espelho maldito, dentro dessa cuca que pensa quase
sem parar, minuto a minuto, feito bombardeio de questões perambulantes… Quem
é você? Você gosta da TV aberta? Dos programas de auditório? Do considerado
“popular”? Ou dos documentários intelectuais, engajados? Você é daqueles que
busca as verdades do universo?
Você ainda sonha ser alguma
coisa…? Curte literatura? Sonha com dinheiro? Teria coragem de matar alguém,
de empurrar alguém no abismo para alcançar um grande objetivo na vida? Eu não
sei se você é do tipo que se joga na fogueira à espera de redenção, ou se
acende fogueiras santas pela redenção dos outros… Entende o lance das
fogueiras? Eu não sei… Você tem medo de morrer?  Tem medo do escuro? Tem medo de
sentir medo? Tem vontade de sumir em um mundinho paradisíaco de felicidade
absoluta? Gosta do caos? Gosta de parecer sábio perante o público…?
Não sei o que se passa na cabeça
dos outros… Não sei qual é o verdadeiro sentido de viver do fulano, o ritual
existencialista imbecíl do próximo, nem a razão alienada de mais um que ainda
virá… Ninguém controla o cérebro, não totalmente. Eu não sei quantas merdas o
cara vai falar, no tesão de falar com propriedade, e a doida ao lado irá
concordar, e outro doido, por necessidade, lançará uma granada verbal para
outro papagaio que, alegremente dirá grandes nomes políticos. Um circo, talvez. – Meu cigarro sumiu… Devem ser os
“duendes malignos” sacaneando. Pausa para procurar o maço


Achei! Continuando a balbúrdia:
Tudo, até a bandeira libertária do
sistema atual é meio sistemática no que diz respeito à liberdade plena. E o
sistema torna-se estúpido, justamente por ser sistemático com o homem moderno
em seus avanços. O pensamento humano acaba tosado, o pensamento mais
capitalista é depilado com cera quente, é liso para escorregar moedas e notas
por todo o raciocínio comprado… Liso, como cara de blefe, cara inexpressiva
de pôquer bem jogado em rodada de fogo.
Esqueçamos as perguntas iniciais
(nem eram as que eu gostaria de ter feito mesmo)… Não quero saber de nada.
Dizem que o mais sábio de todos foi o homem que conseguiu enxergar a verdadeira
essência do homem. Mas, acreditem: depois de ver o que éramos, no interior de
nossas sombras mais amargas, ocultas e profundas, o sábio decidiu arrancar os
olhos da alma com uma caneta Bic esferográfica. E depois, tentou vender o mundo
em suaves prestações.
Terminando uma garrafa de vinho Gato
Negro Malbec,  ao som de The Man Who Sold The World com o Nirvana… Qualquer limbo é paraíso.