O homem e suas ereções involuntárias

POSTADO POR: admin qua, 03 de outubro de 2012

O pano de fundo desta crônica é um bar, porém, isso aqui não é papo de
bêbado. Considero um assunto sério, parte de um complexo teorema sobre a
nomenclatura celular masculina. Então desde já, quero esclarecer a sobriedade
do tema para evitar qualquer tipo de risada incidental no decorrer desta
leitura.
Onde eu estava? Ah sim,… Em uma mesa de bar.
Havia também outras pessoas em volta que são de menor importância para
essa história. Essas mesmas pessoas conversavam
sobre coisas ainda mais desinteressantes que as próprias, tanto que meu foco
estava inteiramente voltado para uma enorme TV devidamente instalada bem no
centro do lugar.  No momento o aparelho
estava sintonizado em algum canal a cabo que anunciava uma chamada para a
exibição de lutas do UFC
Dá pra imaginar as cenas exibidas, toda aquela
violência gratuita que os conservadores abominam, e eu adoro.
O comercial passou despercebido pelos que estavam na minha mesa, mas
na mesa ao lado, uma dupla de gays (possivelmente um casal gay, não sei dizer
ao certo) não se detiveram em tecer um comentário maldoso sobre o esporte.
-Olha lá… Tudo bicha também. Olha como eles ficam de pau duro se
esfregando em outro macho, hihihi.
Foi o suficiente para que eu refletisse sobre o assunto pelo resto da
noite.
Minha primeira ação foi responder da seguinte forma “Idiotas, aquilo
se chama proteção genital”,
pensei, mas preferi não dizer.
Em seguida, balancei a cabeça em forma de negativa, tomei um gole da
minha cerveja e automaticamente, através dessas associações malucas que nossos
cérebros criam, recordei de algumas das minhas melhores brigas de juventude. Na
época conhecida apenas como ‘porrada’.
Imagina você a minha surpresa quando olhei para minhas lembranças e notei
que ao trocar alguns socos na adolescência, eu estava sim de pau duro.
Curioso, fui ainda mais fundo nas minhas memórias e busquei catalogar
todas as diversas situações adversas em que fui abatido por essas, por assim
dizer, ereções involuntárias. A lista é assustadora, me descobri assim em
momentos de perigo, quando estava prestes a ganhar algo, nas vésperas de uma
grande viagem, ao realizar algum projeto,… Minha ‘paudurecencia’ já se
manifestou até mesmo na última final em que meu time foi campeão.
Antes de me taxar como um proxeneta de primeira, já que até eu mesmo
cheguei a pensar isso a meu respeito, em minha defesa quero dizer que antes do final desta mesma noite, concluí que a ereção masculina não está diretamente relacionada ao sexo, e sim a momentos de
excitação. E acredite, eu realmente tive uma vida excitante.
Talvez o orgasmo seja a mais famosa, ou a única, forma de excitação que algumas pessoas conhecem, mas posso garantir que existem tantas outras que merecem ser experimentadas. O meu conselho? Comece pela porrada.
Portanto, não tire conclusões precipitadas toda vez que deparar-se com um homem
portando algum volume sobressalente entre as pernas, ele pode até estar feliz em te
ver, mas esse pêndulo aqui não é tão preciso quanto uma calda de cachorro.