O Fim do Glamour no Randevu

POSTADO POR: admin qua, 21 de setembro de 2011

Aviso: A leitura do texto a seguir exige uma certa experiência de vida
específica por parte do leitor, caso contrário poderá ser incompreendida e
considerada até mesmo ofensiva por parte do cabaço de puteiro mesmo.
Obrigado pela compreensão.
Assim como tantos, eu sou só mais um cara de trinta que nega o fim de
sua geração e ainda se apega desesperadamente aos resquícios de sua nostalgia,
relutando em passar o ‘bastão’ para a ‘incompetente’ geração seguinte.
Certas coisas não mudam,…Mas se transformam de tal maneira que
chegam ao ponto de perder o seu propósito. E não tem exemplo melhor para
demonstrar essa ação degradante do tempo do que as mais antiga das profissões.
A resistência atemporal da prostituição não é seu único mérito, ela também
foi o primeiro trabalho remunerado oficialmente reconhecido de uma mulher,
sendo assim o primeiro passo para a independência feminina e conseqüentemente
base vanguardista de qualquer movimento feminista. Mesmo não tendo sua importância
reconhecida.
Alguns conservadores de mentes destreinadas podem concluir que o meretrício
surgiu para saciar as vontades masculinas, mas digo que a história (e
principalmente a lógica) nos mostra que é exatamente o oposto, foram as necessidades femininas que
deram início a esse tipo de atividade.
Você há de
convir comigo que uma sociedade onde a maioria adota o modelo
judaico/cristão/ocidental monogâmico de matrimônio, mesmo sabendo que contem um
número de fêmeas bem superior ao de machos,  não deixa lá muitas opções para as mulheres que
não encontram sua cara metade.
Resta a
essas os papeis de amantes, cachorras, preparadas e é claro,… Aquelas que se recolocaram
no mercado como ‘as primas’.
Por um outro
lado, até o século passado, os homens que usufruíam desses serviços tinham a
plena consciência de que estavam comprando mais do que a companhia de uma
mulher. Muitas vezes acabavam adotando a pobre desafortunada sem chance na vida
e assumindo todas as suas necessidades, sabendo que aquele dinheiro também estava
ajudando na criação de um filho bastardo, na aposentadoria de uma mãe idosa ou
no tratamento de um irmão doente.
Em muitos
casos até permitiam que algumas ‘pombinhas’ sonhassem em assumir o lugar da
esposa no caso de precoce enviúves do ‘coronér’. Vi muito isso acontecer em novelas e
séries de época da Globo.
O que quero
dizer, é que o tempo passou.  A sociedade
‘evoluiu’. E a prostituição perdeu seu glamour deixando de ser a única profissão
plausível de uma mulher para se tornar a última opção de vida de uma.
Junto com
isso se perdeu seu propósito. Caiu o sentido de se cair na vida.
Hoje, com seu espaço conquistado a mulher moderna não precisa mais tirar seu sustento desse meio ‘triste’ de
vida só porque ficou solteira, e desde que ela não deixe as imagens cair na internet ela poderá dizer
que tem uma vida sexual ativa mesmo sem um companheiro.
Já os
homens, não sei se ainda possuem o mesmo tesão em freqüentar o meretrício sabendo
que o dinheiro ali gasto não mais irá para motivos tão nobres quanto a mãe
velhinha ou o irmão doente. E ninguém tá aqui de palhaço pra pagar faculdade, carro, IPhone e viagem pra Angra de puta nenhuma!
*Esse texto foi inspirado em uma ideia do amigo David Sento-Sé