O Dilema de muitas mulheres

POSTADO POR: admin sex, 27 de setembro de 2013

Ou levando a questão para um lado mais físico

Marquei com Elisa naquele bar da orla de Copa, às oito horas, mas é
claro que ela chegaria depois das nove. Eu não consigo atrasar, admito.  Mas fazer o que se o carioca é bem assim…?
Nem puxando lá no fundo da memória consigo lembrar-me de alguém que chegou
exatamente na hora combinada, mesmo que seja por questão de poucos minutos.
– Vai beber alguma coisa, chefe?!
– Sim, meu camarada, traz um chopinho bem gelado.
– Positivo!
É claro que até Elisa chegar eu já teria entornado na alma mais uns
seis.
Não sei por que marcamos em Copacabana… Longe do meu bairro, preço
turístico nas coisas, difícil de estacionar. E saio de lá com vontade de ficar!
Não entendo mesmo… Um bairro sacana, do qual não se pode entrar e sair sem
querer ficar, e não se entende bem o motivo da coisa. Macumba velha de
feiticeiro póstumo. Amo Copacabana sem saber o que me motiva amar desse jeito,
se nem de praia eu gosto tanto.
Estava lá vidrado no mar e no movimento das pessoas, no calçadão,
pensando (como sempre) de onde vem e para onde vão. O que os impulsiona a
caminhar, fora o trivial do homem comum. Quais os segredos, fora as aparências do
que se exterioriza.
Duas moças que estavam sentadas em uma mesa atrás de mim começaram a
relaxar na conversa e a falar mais alto. Acho que fico invisível quando saio do
corpo para visualizar as mentes em silêncio. O papo das duas era sobre o dilema
de uma delas.
– Mas é muito complicado tudo isso, Linda. Tá me
consumindo.
– É… Mas você vai ter que se decidir.
– Eu sei. Até amanhã eu dou um jeito. Vai doer,
mas depois passa.
– Vai ficar com o Zé Luiz?
– Aaaaaaiii… Zé Luiz é um sonho. Ele gosta de
me ver feliz, assim, fica me mimando, sabe?
– Sei…
– E minha mãe só fala nele, o Zé Luis isso, o Zé
Luiz aquilo, é bom rapaz, é formado em biologia, é muito educado e blá blá blá.
Nooossa, ela ama o Zé! E ele é especial mesmo, tá querendo casar e tudo.
– Então?
– Mas é como eu te falei Linda, é tudo muito
complicado. Eu também amo o Guga e ele quer ficar comigo.
– O Gustavo é um vagabundo, amiga. De boa, você
mesma sabe que ele não presta. O cara não trabalha, vive pegando grana
emprestada com você, mas tem dinheiro para comprar aquelas vitaminas e pagar
academia. Um encostado. Sem contar que já te traiu mais de uma vez.
– Eu sei, eu sei.
– E tem mais, caralho grande eu compro na loja.
Verônica comprou um pauzão na internet. Agora bota duas pilhas palito nele, liga
o bicho e imagina que é o Jon Jones.
As duas caíram na gargalhada e eu tive dificuldade em não gargalhar
também. 
– Mas não é só isso, não. O Gustavo é bom de tudo. Pegada, localização,
estratégia e execução. Muito complexo. Entende?
– E o Zé Luiz?
– Aaaaaaaai… Zé Luiz é um fofo!!
Outra amiga surgiu e o assunto foi rapidamente trocado. Quando Elisa chegou, relatei baixinho sobre a questão das moças na mesa de trás. Ela falou que o
tesão que sentia era mais cerebral. Disse que inteligência era o seu principal afrodisíaco…
Será?