O Código Perdido – Os Atlantes (Kevin Emerson)
A primeira mudança significativa que vale a pena mencionar, é que aqui temos o garoto Owen Parke como protagonista, contrariando as típicas mocinhas que estrelam outras distopias conhecidas. Ele vive abaixo da terra, impossibilitado de levar uma vida normal ao ar livre. Após passar por um evento devastador conhecido como ‘Ascensão’, a camada de ozônio é dissipada, as calotas polares são derretidas, as águas invadem as cidades, e o único lugar habitável do planeta são enormes domos chamados Éden, onde a humanidade tenta reproduzir o seu antigo ambiente antes do incidente. Sendo assim, temos uma paisagem em que tudo sobre essas estruturas é artificial, e criado para simular o antigo ecossistema da Terra.
Após ser enviado para um acampamento pelo sei pai, o jovem Owen passa por uma estranha experiência durante um afogamento nos seus primeiros dias no lugar. Seu corpo começa a passar por certas transformações e ele misteriosamente passa a enxergar coisas que poucos podem ver. Estas mudanças fazem ele se aproximar de Lily, uma menina que também é diferente dos outros do acampamento, e juntos eles procuram entender os seus dons e por que são considerados tão especiais.
A narrativa em primeira pessoa torna o livro um tanto lento em grande parte do seu enredo, forçando o leitor a seguir o roteiro pelos olhos inexperientes do jovem protagonista. A personalidade de Owen Parke também não ajuda na empatia com o personagem, muitas vezes sendo irritante a sua apatia perante certas situações.
Apesar de pecar em alguns momentos durante o desenvolvimento da trama, O Código Perdido consegue salvar-se no final e entregar para o leitor exatamente aquilo que promete… Uma distopia com uma ambientação original, e segredos suficientes para manter o leitor em ‘animação suspensa’ até o lançamento da continuação.
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