O censurado de ontem, é o censor de amanhã!

POSTADO POR: admin seg, 04 de novembro de 2013

Meu caro amigo MalDito,…
Tive que deixar o assunto dar uma esfriada antes de me atrever a escrever e lhe enviar algumas palavras sobre esse bafafá, e creio que você entenderá os motivos. 
Na primeira vez que li a notícia, eu estava de porre e achei que o que entendi era só uma má interpretação causada pelo efeito da cachaça. 
Na segunda, me deparei com a manchete compartilhada nas redes sociais e ‘tive certeza’ que se tratava de algum link fake idiota produzido por quem não tem mais o que fazer. 
Mas quando a matéria foi parar na capa da revista Veja (por mais tendenciosa que ela seja), não dava mais pra negar a realidade; a tchurminha do ‘É proibido proibir’ reuniu-se novamente, não para lançar um novo disco comemorativo marcando mais uma década da mesma ladainha musical, mas para colocar em prática tudo aquilo que eles aprenderam sobre censura, enquanto censurados nos anos de chumbo da ditadura.

Você já sabe? Se não sabe, ‘Procure Saber’ meu nego. É isso mesmo, ‘Procure Saber’, esse é o nome da nova patrulha de biografias formada por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Djavan e outros ícones da MPB liderados pela multi-não-talentosa Paula Lavigne. Ou não.
Basicamente, o objetivo desse grupo, que na minha opinião deve ter ganhado esse nome devido a uma história jocosa sobre Gilberto Gil contada pelo músico Lobão (mais alguém fez esse link? Clique aqui e veja o vídeo com esse causo), é submeter todos os livros biográficos a aprovação prévia de seus biografados, além de render a eles uma porcentagem do valor das vendas. Uma forma patológica de exercer a censura e eliminar esse, considerado, ônus de uma vida pública.

Sabe o que eu acho estranho? Tenho certeza que todos esses leram, aprovaram, divulgaram, apoiaram e falaram muito bem da biografia ‘Vale Tudo’ do Tim Maia escrito pelo Nelsinho Motta. 
Então, qual o seria o sentido disso? No dos outros é refresco? Por que olha,… Se tem alguém que gosta de dar depoimento em documentário e biografia de morto é a máfia do dendê. Estão em todas. Não me surpreenderia se encontrasse alguma consideração do Chico Buarque em um documentário sobre o Planet Hemp por exemplo. Claro que não teria nenhuma ligação plausível, mas os caras insistem em tentar passar a ideia de que a música brasileira só vale se passar pelo selo de aprovação ‘chiquita bacana’ deles.
E agora querem meter o bedelho na literatura? Logo eles que não escrevem uma música nova desde o século passado?

Eu penso que malandro mesmo foi o Lobão, que no pulo do gato, já entrou em campo na vantagem de ter escrito sua própria biografia sem papas na língua e de forma tão visceral. Quem teria algo a acrescentar depois de que ele mesmo escancarou as portas de sua caverna?
Ei! Pensando agora,… Será que o medo desses caras, não é justamente que o velho lobo acabe se empolgando ainda mais com a literatura e acabe escrevendo a biografia deles também?