O catecismo dos quadrinhos eróticos de Carlos Zéfiro

POSTADO POR: admin seg, 09 de junho de 2014

A atual geração que tem a pornografia instantânea ao alcance de seus olhos e mãos, infelizmente nunca dará o devido valor ao trabalho subversivo de Carlos Zefiro na década de 60. Esse era o pseudônimo do funcionário público brasileiro Alcides Aguiar Caminha, que ilustrou e publicou, por mais de 30 anos, histórias em quadrinhos de cunho erótico que ficaram conhecidas por “catecismos zéfiro”.
Sobre essa alcunha, o carioca boêmio Alcides, ilustrou e vendeu cerca de 500 trabalhos desenhados em preto e branco com tamanho de 1/4 de folha ofício, um quadro por página, contendo de 24 a 32 páginas que, devido o seu conteúdo, eram vendidos na surdina em bancas de jornais.
Durante muito tempo ele conseguiu manter sua identidade em segredo do público, até que resolveu expor-se em uma entrevista para a revista Playboy de 1991, após saber que um quadrinista baiano havia maliciosamente declarado ser o verdadeiro Carlos Zéfiro. Em novembro do mesmo ano participou da I Bienal de Quadrinhos.
No ano seguinte recebeu o Troféu HQ Mix, pela importância de sua obra. Morreu alguns dias após o prêmio.
No youtube podemos encontrar uma rara entrevista de Alcides no extinto programa Jo Onze e Meia no SBT, clique aqui e assista o vídeo.

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Não se pode negar que não há mais espaço no mercado atual para alocar os folhetins eróticos de Carlos Zéfiro nos dias modernos. Mas existe todo um contexto histórico em torno de sua arte, que a faz ser estudada até hoje pelos profissionais da área. Após sua morte, ele teve um trabalho publicado como homenagem póstuma na capa e encarte do CD Barulhinho Bom, da cantora Marisa Monte. E em Janeiro de 2011, os trabalhos de Zéfiro foram expostos ao lado de outros quadrinhos eróticos do resto mundo no Museu do Sexo, em Nova York.
Através do site oficial carloszefiro.com, você ainda pode visitar essa parte deliciosa da nossa história e ler alguns títulos excitantes de Zéfiro, como: “Carla, a Goianinha“, “Aventuras de João Cavalo“, “A Fogosa“, e, claro, o clássico “Maria Lúcia, a Caprichada“.
Infelizmente não deu tempo de vermos o ‘catecismo zéfiro’, de alguma forma, transplantado para a tecnologia da internet, mas, eu encontrei uma animação selecionada pelo festival do minuto, e inspirada na arte de Zéfiro, que pode nos dar uma boa ideia de como seria essa atualização. 
Confira no vídeo abaixo:

Veja Também:

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});