O Azarão (Markus Zusak)

POSTADO POR: admin seg, 26 de agosto de 2013

‘Garotos são como cães: Estão sempre prontos para atacar, latir e pedir uma chance de mostrar seu valor.’

Provavelmente eu já devo ter dito isso antes em algum lugar por aqui, mas ainda assim vou repetir: eu adoro julgar um livro pelo título. Ao adentrar em uma livraria, logo vasculho as lombadas das gondolas atrás de algum que me atraia logo de cara, me ganha aquele que eu encontrar com o nome mais depreciativo. E se ao ler a sinopse, ela revelar que o protagonista da história é um perdedor sem precedentes, do tipo que tem muita sorte de estar vivo diante das desgraças da própria vida, então,… Aí a compra é quase certa!
Essa resenha é fruto de um típico exemplo dessa situação, pois foi assim que acabei levando pra casa o livro ‘O Azarão’ (Editora Bertrand Brasil, 175 páginas), de Markus Zusak, um escritor já consagrado pela obra ‘A Menina que Roubava Livros’. Como eu já conhecia o trabalho anterior do autor, aproveitei o momento propício e comprei a ideia, e o livro.

Ao iniciar essa leitura, acabei acompanhando o adolescente Cameron Wolfe, um jovem incorrigível que sabe bem que ainda tem muito o que aprender sobre o mundo, mas já não aguenta mais sentar e esperar que isso aconteça enquanto sorve a sopa de cogumelos fria feita pela sua mãe. Ao lado de seu irmão, um outro delinquente em estado um pouco mais avançado, ele tenta sobreviver em um mundo que definitivamente não foi feito pra ele. Poderia ser um pedaço da biografia de qualquer um de nós, não acham?
E talvez seja mesmo essa a função dessa obra. Reconectar o leitor há épocas mais simples, quando a inexperiência fazia questões simples da vida pesar toneladas para alguém tão jovem.
Claro que tudo isso olhando por uma ótica extremamente masculina da coisa, em uma arena onde moleques simulam brigas só por diversão, dizem exatamente o contrário do que sentem quando estão apaixonados, seguem um código selvagem com uma lógica que só eles entendem, sem contar que estão sempre lutando por alguma espécie de reconhecimento.

Depois de ler tantas histórias sobre personagens adultos, heróis, destemidos e de feitos extraordinários, foi muito bom dar uma pausa nesse gênero para poder conhecer esse garoto em formação, frágil e cheio de incertezas pessoais, não muito distante do que já fomos um dia. Um verdadeiro azarão.
Se você teve uma infância/adolescência perfeita, mimado pelos pais, com todos os desejos realizados e viagens em família nas férias, talvez não extraia da narrativa as mesmas sensações que estou descrevendo nesse momento, mas ainda assim considero uma leitura válida para quem pretende ter filhos, e quer entender um pouco melhor as confusões que arrodeiam a cabecinha desses pequenos infantes.

Quer conhecer um pouco mais desse enredo? Então clique agora no banner abaixo da nossa parceira Saraiva e compre o seu exemplar. Depois volte aqui e conte sua própria experiência com o livro em nossos comentários.

Tags: