O Androide (Paulo de Castro)

POSTADO POR: admin dom, 02 de outubro de 2016

Diante de tantas referências disponíveis, fica fácil imaginar um triste fim para o mundo como o conhecemos. Até mesmo as religiões, que teoricamente deveriam imundar a humanidade de esperança, gostam de idealizar um final poético para a vida em nosso planeta. E se tem um ponto em comum em todas essas versões, é que, desde a criação de toxinas zumbis até a revolta de máquinas com inteligência artificial, a tecnologia parece ter um papel fundamental no futuro da nossa auto destruição.
Porém,… É sempre difícil encontrar uma mídia que ultrapasse esses limites, e explore uma história que aborde a reconstituição da vida na Terra após esses apocalipses todos. Principalmente uma premissa em que isso ocorra graças a mesma tecnologia que supostamente será a nossa desgraça.
Um enredo que serve como pano de fundo para a trama de ‘O Androide’ (Editora Novo Século, 255 páginas),  do jovem escritor Paulo de Castro. Uma ficção científica original que percorre pela contra-mão dos clássicos do gênero, e a frente da tendência nacional.

Em uma guerra previsível que culminou no completo extermínio da humanidade, os robôs passam a dominar completamente o planeta, vivendo divididos em castas conforme as suas funções, regidos por uma ordem totalitária. É nesse cenário que o androide JPC-7938, originalmente designado para cirurgias médicas e atualmente ocioso pela eterna falta de pacientes, começa a desenvolver um complicado processo para recriar os humanos, já extintos por mil anos.
Enfrentando o poderio do sistema ditatorial vigente, o androide inicia uma aventura para conseguir os materiais genéticos necessários para realizar o seu projeto de trazer a raça humana de volta a vida, encontrando outros robôs que acabam aderindo e ajudando JPC-7938 com seu plano.
Com uma narrativa sensitiva, o autor consegue imprimir características fortes aos personagens, muitas vezes fazendo o leitor esquecer que eles não são humanos. Sendo que essa mesma questão também proporciona cenas e dilemas expressivos, que seriam impossíveis em outro tipo de contexto, gerando interessantes conflitos que deixam a leitura densa em pontos específicos no desenrolar desse enredo.

Apesar de apresentar um começo lento e intrigante, sem maiores explicações do que espera o leitor pela frente, a obra logo marca um ritmo crescente que consegue não se perder dentro das suas próprias referências. 
Devido a originalidade do seu conceito inicial, ‘A Androide’ conquista a atenção do leitor com pequenas ações bem elaboradas de roteiro, que mantém um suspense homeopático cadenciado de capítulo a capítulo, que nos carrega sem pretensão para a resolução de cada arco dessa história. 
Com uma ideia simples conectada à um argumento medidamente complexo, o trabalho de Paulo Castro desafia os esterótipos, e abre portas internas para um gênero que não cansa de me surpreender pela sua versatilidade.


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