Memnoch, o demônio

POSTADO POR: admin sex, 02 de novembro de 2012

Não é porque o mito vampírico já está demasiadamente desgastado que devemos deixar de reverencia os grandes mestres do gênero. Eles podem ter sido a base da popularização do estilo, mas certamente não são culpados pelo ponto cacofônico em que chegou.
E dentre todos, ninguém consegue fazer variações do mesmo tema, sem cair no mais do mesmo, com tanta genialidade quanto a inoxidável escritora Anne Rice.
Eu considero que a autora reescreveu a lenda do vampiro contemporâneo;  resgatando essa mítica criatura dos cenários de séculos passados. e a reintroduzindo aos dias atuais criando um enorme conflito entre o anacronismo da milenar sabedoria imortal e o avanço da era moderna. 
As proles desse trabalho você pode acompanhar até hoje em dezenas de publicações que tentam recriar, sem sucesso, o universo de Anne Rice.
É triste ver que de toda a complexidade das Crônicas Vampirescas da autora, a única parte que é usada como inspiração por novos escritores, é justamente o que ela largou de lado logo nos primeiros livros da série,… a bucólica parte ‘romântica’ da coisa toda.
Entrei no mérito da questão porque essa resenha é sobre uma das obras da autora que melhor descreve essa sua característica,… até hoje inimitável. 
Como você imaginava, o livro ‘Memnoch, o demônio’ traz de volta o famoso protagonista vampiro Lestat, porém, essa obra não pode ser classificada como um ‘livro de vampiros’. A lenda dos sugadores é apenas um pano de fundo, dos mais obscuros, para ser contada uma história bem maior do que o jovem Lestat jamais foi.
Depois de elevar o personagem quase que ao patamar de um Deus nos livros anteriores, desta vez Anne Rice coloca o petulante vampiro em uma posição bem mais humilde, deixando claro que existem seres bem piores e mais poderosos que o próprio,… e adianto que desta vez Lestat não sairá ‘inteiro’ deste drama.
Na história, o desprezo pelos poderes sobrenaturais desses seres da noite chega a tanto, que a autora se permite até o sacrifício de um dos seus personagens mais carismáticos, marcando um ponto importante dentro da evolução das suas crônicas.
Pela sequencia correta, este livro se encaixaria como o quinto da serie, mas mesmo após o final quase que ‘apocalíptico’ de A Rainha dos Condenados, eu ainda acho impressionante como esta obra consegue ser tão importante quanto qualquer um dentre seus antecessores dentro da saga desenvolvida pela autora.  É surpreendente como Anne Rice sempre encontra uma nova história a ser contada por velhos personagens.
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