Manifestantes usam a leitura como forma de protesto na Turquia

POSTADO POR: admin sáb, 29 de junho de 2013

Após semanas de violentos confrontos entre a polícia e manifestantes em toda a Turquia, uma nova forma de protesto surgiu pelo país, trata-se do “Man Standing”. Tudo começou com o artista performático turco Erdem Gunduz, que durante exatas oito horas ficou com as mãos no bolso, de pé e em silêncio, em frente ao Centro Cultural de Ataturk na praça Taksim, em Istambul.
Em uma velocidade extraordinária, Gunduz acabou virando o mais recente símbolo do movimento de resistência turca. Nos dias que se seguiram, milhares de pessoas começaram a imitar seu ato solitário, de pé em silêncio, por alguns minutos ou horas inteiras, em diversos locais da Turquia. O contraste com as imagens de nuvens de gás lacrimogêneo e canhões de água não poderia ter sido maior. Faces obscurecidas por máscaras e capacetes foram reveladas para mostrar expressões de ‘contemplação silenciosa’.
As cenas de violência ainda ocorrem em torno da Turquia incluindo em Istambul, como a exemplo do fim de semana passado, mas a posição dos protestos ‘Homem de pé’ continua inabalável.
As imagens abaixo exploraram um aspecto do protesto na praça, que ocorre desde antes das manifestações inflamarem. Leitura pública e educação informal sempre foram frequentes nas ruas do país, mas, desde então, o hábito fundiu-se com o movimento “Man Standing” para formar “O Clube do Livro da Praça Taksim”. O material de leitura escolhido de muitos daqueles que se levantam em protesto, é consequência da reflexão daqueles que escolheram esta forma imóvel de expressar seu descontentamento.
A mulher da foto lê o ensaio filosófico O Mito de Sísifo do escritor francês Albert Camus. O livro centra-se na busca de sentido e na ausência de Deus.
O clássico ‘La Hojarasca’ de Gabriel Garcia Marquez gira em torno de uma família no limbo após a morte de um homem odiado, apaixonadamente ainda ligada à família.
Romance histórico de David Irvin Yalom, ‘Quando Nietzsche Chorou’ é sobre um proeminente médico, Josef Beuer, se apaixonando por Lou Salomé, que se acreditava ter rejeitado investidas românticas de Friedrich Nietzsche.
Um homem lê ‘Três dias na casa da minha mãe’ , um livro sobre um escritor com bloqueio criativo, pelo autor e diretor belga François Weyergans.
Esse lê ‘A Crise do Mundo Moderno’ , uma crítica ao mundo conteporâneo do ponto de vista da metafísica tradicional, do autor francês René Guénon.