Livros sobre espionagem que são melhores que James Bond

POSTADO POR: admin ter, 21 de junho de 2016

Apesar do Agente 007 praticamente dominar o hall da fama dos espiões graças a sua enorme franquia de filmes, não podemos esquecer que antes disso ele foi um protagonista clássico de um livro sobre espionagem. Inclusive sendo até um espião bem mais insano que no cinema, como já comentamos aqui.

Mas ao contrário do que vemos transportado para os filmes, não é apenas de um personagem principal durão que se faz um bom livro de espionagem. Para funcionar, o gênero precisa principalmente da intriga e rivalidade entre duas superpotências mundiais com ávido desejo de ganhar vantagens sobre o outro. Algo que tivemos em abundância durante o século passado, período em que o gênero se popularizou fortemente.
Mestres do estilo como Ian Fleming e Robert Ludlum ajudaram a popularizar grandes espiões da ficção e nos emocionaram com histórias incríveis, mas abaixo você pode encontrar outras obras de espionagem que merecem a sua atenção.
✔ O Inocente (Ian McEwan)
Em meados da década de 50, Berlim está dividida segundo a lógica da Guerra Fria. A cidade ainda exibe marcas dos bombardeios da Segunda Guerra, mas tem uma vida noturna intensa – e bastante americanizada. Para fazer dinheiro nesse momento de reconstrução, alguns jovens trabalham como informantes para espiões dos países que controlam a Alemanha.
Esse é o cenário que o jovem técnico do governo britânico Leonard Marnham encontra ao chegar a Berlim Ocidental para trabalhar na Operação Gold, uma missão secreta dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. A operação – que de fato existiu – consiste na escavação de um túnel sob a região controlada pelos soviéticos para instalar escutas nas principais linhas de comunicação com o Leste Europeu.
Longe dos pais, com quem levava uma vida pacata em Londres, o tímido e ingênuo Leonard se sente, pela primeira vez, um homem livre e passa por uma dupla iniciação, sexual e política. Sob influência do chefe americano, o jovem começa a desvendar os meandros do mundo da espionagem. Ao mesmo tempo, conhece Maria Eckdorf, uma bela alemã que o apresenta ao sexo e ao amor. Ao lado de Maria, porém, Leonard acaba por cometer uma atrocidade e sua vida se transforma num pesadelo. (Companhia das Letras)
✔ Nosso Homem em Havana (Graham Greene)
Mr. Wormold possui uma loja de aspiradores de pó em Havana. A única preocupação do inglês é garantir o futuro de Milly, sua bela e devota filha de 16 anos. Porém, a vida na Cuba pré-Fidel Castro parecia mais pacata do que realmente estava. Um misterioso inglês aparece na ilha para fazer uma proposta irrecusável a Mr. Wormold: espionar, em troca de um ótimo dinheiro. Isso implicava identificar possíveis infiltrações comunistas, observar suspeitos e escrever longos relatórios. Mr. Wormold aceita o trabalho e mais: passa a criar inúmeras intrigas e personagens para continuar recebendo o salário. De repente suas fraudes parecem uma a uma se tornar realidade e então sua rede de mentiras começa a ruir.
Neste livro publicado em 1958, Graham Greene (1904-1991) adota um tom satírico para falar sobre um tema recorrente em sua obra: o do espião em terra estrangeira. Neste caso, a experiência como agente do Serviço Secreto Britânico permitiu ao escritor situar suas tramas em lugares reais – restando sempre a dúvida de onde começa e termina a ficção. Em Nosso homem em Havana, Greene descreve o ambiente da Cuba pré-revolução, revelando uma rede de intrigas e um ambiente paranóico que mostra o esquema – muitas vezes absurdo – das relações internacionais. A história se transformou num grande filme noir em 1959, nas mãos do diretor Carol Reed, que captou perfeitamente o clima tropical da Havana de Greene. (Editora L&PM)
✔ Os 39 Degraus (John Buchan)
John Buchan estava se recuperando de uma úlcera no estômago em uma casa de repouso em Ramsgate, na costa do extremo sudeste da Inglaterra, ele começou a trabalhar no que se referia como seu primeiro “choque”. Em 1914, Buchan supostamente tirou o título do romance de uma escada de madeira que levava até a praia de Ramsgate. 
Embora existam vários relatos conflitantes: uma versão da história diz que a filha mais nova de Buchan descia as escadas de dois em dois, anunciando que havia “39 passos” para a praia, enquanto outro afirma que, como houve na verdade 78 passos, Buchan cortpou o número pela metade simplesmente para o título ficar mais curto, ou então mudou, porque ele tinha 39 anos na época.
O romance inspirou o filme homônimo de Alfred Hitchckok, a peça de Patrick Barlow e a peça radiofônica de Orson Welles, e é considerado um dos dez melhores livros de espionagem da história. (Editora Tordesilhas)
✔ Fuga (William Boyd)
Por quanto tempo uma pessoa consegue viver sob uma pesarosa atmosfera de segredo sem gerar desconfianças, embora se corroa dia após dia, temendo as trágicas conseqüências que um passado velado possa acarretar? Sally Gilmartin, 66 anos, uma respeitável viúva inglesa, escondeu de todos, num meticuloso cofre de silêncio, sua real identidade. Mas é chegada a hora de acertar as contas com o passado. E somente sua filha, Ruth, terá acesso à combinação deste cofre que guarda um espelho em que a velha inglesa Sally enxerga a jovem russa Eva Delectorskaya. Este é o ponto de partida de Fuga, eletrizante e envolvente thriller histórico de suspense e espionagem, novo livro do laureado ganês William Boyd.
Na trama, Sally resolve revelar, em capítulos, sua verdadeira identidade como Eva a sua filha (e ao leitor) através de uma minuciosa e detalhada história contada em terceira pessoa: o olhar da avó da década de 70 sobre a pré-balzaquiana na Paris de 1939, que, no funeral de Kolia, o caçula da casa, é recrutada pelo misterioso e ambíguo homem de chapéu de feltro marrom, “sorriso camaleônico e enorme autoconfiança”, Lucas Romer, como espiã do serviço secreto britânico na Segunda Guerra. Ela assume o posto que foi de seu irmão, assassinado por nazifascistas em perigosa missão ? “um gesto de desafio para mostrar que sua morte não tinha sido em vão”.
Aceito o emprego, Eva Delectorskaya se vê mudando de identidade (Eve Dalton, a primeira de muitas) e abandonando o cargo de tradutora da Frellon, Gonzáles et Cie. para tornar-se espiã na Escócia sob o comando do sargento Law. Código Morse, taquigrafia, manejo de vários tipos de revólver, leitura de mapa e bússola, criação e quebra de códigos simples, falsificação de documentos, fabricação de tinta invisível, e uma memória precisa, capaz de arquivar senhas e esquemas variados, estão entre as muitas lições de espionagem que recebeu. Porém, apesar de todo treinamento, movida pelo coração e por uma entrega cega, ela se esquece da única regra em seu serviço: não confiar em ninguém. (Editora Rocco)
✔ Roleta Russa (Jason Matthews)
Desde pequena, o sonho de Dominika Egorova era fazer parte do Bolshoi, o balé mais importante da Rússia. Após ser vítima de uma sabotagem, porém, ela vê sua promissora carreira se encerrar de forma abrupta. Logo em seguida, mais um golpe: a morte inesperada do pai, seu melhor amigo.
Desnorteada, Dominika cede à pressão do tio, vice-diretor do serviço secreto da Rússia, o SVR, e entra para a organização. Pouco tempo depois, é mandada à Escola de Pardais, um instituto onde homens e mulheres aprendem técnicas de sedução para fins de espionagem.
Em seus primeiros meses como pardal, ela recebe uma importante missão: conquistar o americano Nathaniel Nash, um jovem agente da CIA, responsável por um dos mais influentes informantes russos que a agência já teve. O objetivo é fazê-lo revelar a identidade do traidor, que pertence ao alto escalão do SVR. 
Logo Dominika e Nate entram num duelo de inteligência e táticas operacionais, apimentado pela atração irresistível que sentem um pelo outro. (Editora Arqueiro)
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