Livros famosos que começaram como uma auto-publicação independente

POSTADO POR: admin dom, 09 de março de 2014

Os caminhos que levam uma obra literária a atingir o sucesso com o público, são tão diversificados quanto misteriosos. É notório que o método que funcionou para um certo autor, pode acabar sendo um tremendo fiasco para outros. E infelizmente não tem como prever o resultado desse processo. Nem mesmo o mais experiente editor do mercado literário poderia gabar-se de ter acertado em 100% de suas apostas publicadas. E quando se trata de Brasil, fica ainda mais difícil utilizar números e pesquisas para basear esse tipo de planejamento.
Basta dizer que, enquanto lá fora a auto-aplicação tem conseguido abocanhar uma porcentagem relevante nas vendas de livros, aqui ela continua estagnada, desprestigiada, desorientada e ainda muito longe do conhecimento do grande público.
Bem, se o que te falta é um pouco de incentivo para sair do convencional, dar uma chance para a cultura independente e se permitir conhecer livros que estão fora da lista dos mais vendidos, ou até mesmo escrever o seu, confira abaixo algumas obras que hoje ocupam um lugar de destaque dentro de seus gêneros, mas que um dia foram apenas uma auto-publicação sem apoio, financiada pelo próprio autor.

✔ Pai Rico, Pai Pobre, de Robert Kiyosaki

A primeira vez que esse livro chegou ao público foi através de um site de auto-publicação, e ficou por lá durante um bom tempo antes de despertar o interesse de uma grande editora e alcançar o seu atual, e bem sucedido, destino.


Sinopse: O objetivo deste livro é o de partilhar percepções quanto à maneira como uma maior inteligência financeira pode ser empregada para resolver muitos dos problemas comuns da vida.
Sem treinamento financeiro, frequentemente recorremos a fórmulas padronizadas para levar a vida, como trabalhar com afinco, poupar, fazer empréstimos e pagar impostos demais. Segundo o autor, cada indivíduo tem o poder de determinar o destino do dinheiro que chega às mãos. 
A escolha é de cada um. A cada dia, a cada nota, decidimos ser rico, pobre ou classe média. Dividir este conhecimento com os filhos é a melhor maneira de prepará-los para o mundo que os aguarda. Ninguém mais o fará.
✔ Eragon, de Christopher Paolini
Christopher Paolini começou a escrever Eragon quando tinha apenas quinze anos. Seus pais descobriram o manuscrito original em suas coisas e decidiram bancar a publicação da obra. Depois bastou um ano de divulgação até que o livro chegasse rapidamente às mãos do editor Alfred A. Knopf e fosse um sucesso mundial de vendas comercializado pela gigante Random House. Nos Estados Unidos, o título manteve-se por 52 semanas no topo da lista dos mais vendidos. 
Sinopse: Eragon é uma história repleta de ação, vilões e locais fantásticos, com dragões e elfos, cavaleiros, luta de espada, inesperadas revelações e uma linda donzela. Inspirado em J.R.R. Tolkien, que criou idiomas para os diálogos de seus personagens, Paolini utiliza o norueguês medieval para a linguagem dos elfos e inventa expressões específicas para os anões e os urgals, de modo a dar veracidade ao lendário reino de Alagaësia, onde a guerra está prestes a começar.
O protagonista é um jovem de 15 anos que, ao encontrar na floresta uma pedra azul polida, se vê da noite para o dia no meio de uma disputa pelo poder do Império na qual ele é a peça principal. A vida de Eragon muda radicalmente ao descobrir que a pedra azul é, na realidade, um ovo de dragão. Quando a pedra se rompe e dela nasce Saphira, Eragon é forçado a se converter em herói.
✔ Folhas de Relva, de Walt Whitman

A primeira edição, publicada em 1855, era muito pequena, incluindo apenas doze poemas sem nomes em 95 páginas. Whitman disse uma vez que sua intenção era que o livro fosse pequeno o suficiente para ser levado no bolso.

Sinopse: Walt Whitman é considerado pela crítica mundial o maior poeta da literatura norte-americana. Sua obra-prima Folhas de Relva é um dos pilares das letras modernas. Nela Whitman introduziu o verso livre e o tratamento poético das coisas cotidianas, dos progressos técnicos, da vida nas cidades e, com total franqueza, o sexo. Ao longo de quase quatro décadas, o autor trabalhou continuamente no desenvolvimento de sua famosa obra, até torná-la em um volume com mais de 500 páginas. 
Nos últimos anos, vem crescendo, em toda parte, a popularidade do poeta, especialmente após a exibição do filme Sociedade dos Poetas Mortos, em que um carismático professor revoluciona os métodos de ensino em um colégio conservador, declamando trechos de um dos mais famosos poemas de Folhas de Relva: ‘Ó Capitão! Meu Capitão!’.
✔ Daemon, de Daniel Suarez
O autor terminou Daemon no final de 2004 e entregou a dezenas de agentes literários, ele afirma que apenas três realmente leram os escritos. “Um achou que era muito longo para o gênero de suspense, e os outros dois que era muito complexo.”
Sinopse: O enredo conta a estória de Matthew Sobol, um gênio da indústria de games e bilionário criador de uma dezena de jogos online que viraram febre. Sua morte prematura deixou milhares de jogadores deprimidos em todo o mundo. Mas os fãs de Sobol não foram os únicos que notaram a morte dele: assim que o obituário dele é lido na internet, um daemon que estava dormente é ativado, iniciando uma corrente de eventos em um mundo hipereficiente e interconectado planejado por Sobol antes de sua morte.
Com os segredos do gênio enterrados junto com ele e com novas fases do plano sendo reveladas, implantadas e protegidas por seu Daemon, surge uma resistência disposta a decifrar os intrincados planos e livrar o mundo da ameaça do inimigo sem rosto. Se a resistência falhar, todos terão de aprender a viver em uma sociedade na qual o ser humano não está mais no controle.
✔ A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr
Em uma entrevista o autor afirma que usou o dinheiro da rescisão de contrato trabalhista, após sair de um emprego onde não se sentia bem, para investir e auto-publicar sua obra de estreia. O resto da história todo mundo já sabe, com uma ajuda singular dos seus amigos do site JovemNerd na divulgação do livro pela internet, Eduardo alcançou merecidamente um lugar de destaque na literatura nacional.
Sinopse: Há muitos e muitos anos, tantos quanto o número de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o Dia do Juízo Final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas. 
Único sobrevivente do expurgo, Ablon, o líder dos renegados, é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na Batalha do Armagedon, o embate final entre o céu e o inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro da humanidade. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano, das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval, A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, repleto de lutas heroicas, magia, romance e suspense.
✔ Guerra e Paz, de Leo Tolstói
Para publicar a saga romântica de duas nobres famílias russas vivendo no tumulto violento das guerras napoleônicas, Tolstoi pagou 4500 rublos pela primeira impressão do livro, hoje considerado uma das mais proeminentes obras literárias de todos os tempos.
Sinopse: Como fio condutor, temos a vida, as misérias e os amores de duas grandes famílias aristocratas. Uma multidão de personagens retrata as diversas camadas do mundo russo, dos camponeses ao tsar, e os protagonistas parecem ter vida própria, tão admirável é a capacidade de Tolstói (1828-1910) de representar pessoas psicologicamente complexas e profundas. Por sua ambição e pelas técnicas utilizadas, Guerra e Paz desafiou os parâmetros literários e a própria literatura do seu tempo. Se em seu magnífico romance o autor mostrou o sacrifício, o patriotismo e a grandeza do povo russo, também construiu um momumento à paz. 
A obra-prima de Tolstói brilha como um livro maior entre milhões de livros, deslumbra como só uma verdadeira obra de arte é capaz de deslumbrar e emociona como só as grandes histórias, contadas pelos grandes narradores, conseguem emocionar.
✔ A Ledora de Rendas, de Brunonia Barry
Foi o marido de Barry que a incentivou a auto-publicar seus textos. Ela começou timidamente levando alguns exemplares para as livrarias locais, o livro chamou a atenção da editora William Morrow que o transformou na aposta do último verão norte-americano. Com tiragem inicial de 200 mil exemplares, A Ledora de Rendas conquistou as listas dos mais vendidos do The New York Times, The Washington Post e Publisher’s Weekly, além de grupos de leituras por todo o país.
Sinopse: O que você faria se pudesse ler o futuro em tramas de rendas? Towner Whitney decide abdicar desse exótico talento, herdado de Eva, sua tia-avó, após a morte da irmã gêmea, Lindley. Abalada, ela resolve afastar-se do passado de sua excêntrica família e recomeçar a vida na Califórnia. Quinze anos depois, um telefonema do irmão, comunicando o desaparecimento de sua querida tia-avó, traz Towner de volta à cidade de Salem. O retorno não é fácil, ela precisa confrontar seus medos do passado. Este é o mote de A ledora de rendas, romance de estreia da roteirista formada em literatura, Brunonia Barry.
A trama se passa em Salem, antigo pólo portuário alçado à capital das bruxas por conta da caçada empreendida no local no século XVII, quando mais de 150 pessoas foram presas acusadas de bruxaria. Até hoje, a casa que serviu de sede ao tribunal de caça às bruxas, bem como o cemitério, são pontos turísticos na cidade. Juntam-se a eles atrações citadas no livro de Brunonia Barry, como o Museu Peabody, a Rua Chestnut e outras tantas mansões históricas que remetem à América colonial, e que no livro compõem o cenário de mistério e romance desejados pela autora.
✔ Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust
Segue um trecho de uma das cartas de rejeição recebida por Proust a respeito de seu protagonista Swann: ‘Meu caro amigo, eu não consigo entender como um sujeito precisa usar trinta páginas só para descrever como ele se vira na cama antes de ir dormir. “
Sinopse: Os sete volumes de Em Busca do Tempo Perdido’ constituem um emaranhado complexo de personagens, cenas, detalhes que reaparecerão muito depois e somente aí adquirem seu real significado, articulados pela memória que, ativada por circunstâncias fortuitas, medita livre por diferentes campos, sendo as artes (particularmente a literatura) um dos mais freqüentados. Este primeiro volume também exemplifica isso, pois Swann, um dos principais personagens, é um refinado aristocrata conhecedor de literatura, colecionador de objetos de arte e freqüente nos salões parisienses. O narrador o conheceu quando criança em Combray, cidadezinha imaginária onde ele passava as férias de Páscoa. No segundo, o narrador, já adolescente, desistindo do amor de Gilberte, filha de Swann, parte com a avó em viagem de férias para a fictícia praia de Balbec, com imaginárias ruínas antigas, em seu périplo de conhecimento da arte e de si. Assim, cada volume e todos se transformam em complexo programa de formação estética e humanística. Neste volume, Proust se dedica principalmente à narração de sua infância e adolescência.
Os Sete, de Andre Vianco

Vianco foi mais um brasileiro que não desiste nunca, acreditou no próprio talento, gastou um dinheiro que não tinha na impressão da obra e saiu com seu livro embaixo do braço batendo na porta das livrarias. Com um bom papo ele convenceu os livreiros a colocarem Os Sete em destaque nas prateleiras (quando ainda não se cobrava por isso), e logo a coisa deslanchou.
Sinopse: Uma caravela portuguesa de cinco séculos é resgatada de um naufrágio no litoral brasileiro. Dentro dela, uma misteriosa caixa de prata esconde um segredo: sete cadáveres aprisionados, acusados de bruxaria. Apesar das advertências grafadas no objeto de prata, a equipe do Departamento de História da Universidade Soares de Porto Alegre decide violar a caixa para estudar os corpos. Afinal, que perigo poderiam oferecer aqueles sete cadáveres? Nenhum. Mas depois que o primeiro deles acorda…