Lições que aprendemos com as tirinhas do Calvin & Haroldo

POSTADO POR: admin dom, 24 de novembro de 2013

Já faz 28 anos que fomos apresentados as tirinhas de Calvin & Haroldo e seu mundo inventivo imaginado pelo
cartunista Bill Watterson. E ainda este ano, um documentário, intitulado  ‘Dear Mr. Watterson‘, sobre o
impacto gerado por esse quadrinho, chegará aos cinemas. Acredito
que seja um momento muito aguardado para aqueles que, assim como eu, cresceram
acompanhando o Calvin nos jornais de domingo.
Isso me faz lembrar de toda a sabedoria infinita que ganhamos cada
vez que adentramos no mundo imaginário de Calvin. 
Por conta disso, tive a ousadia de separar aqui, cinco lições
simples que aprendemos sempre que Calvin traz seu amigo tigre à vida.

1. Faça as coisas de outra maneira
Esta regra é melhor exemplificada quando vemos ser aplicada
no Calvinbol, jogo inventado por Calvin em que as regras e
equipamentos são indefinidos e estão sempre em constante mudança. 
No jogo, e na vida, Calvin não deixa os padrões da sociedade ditar
como ele deve funcionar: Ele faz as coisas do jeito que ele acha que é melhor,
indiferente se seu pensamento é contra a natureza ou não.
Na verdade, a única regra em Calvinbol é que nenhuma regra pode
ser usada mais de uma vez, provando que as regras são muitas
vezes dispensáveis. Assim, Calvin nos ensina a ampliar e desafiar a
nossa imaginação, a criar nossas próprias regras, e deixar a nossa criatividade
assumir o controle.
2. O que você percebe é a realidade
Haroldo, assim como tudo que compõe o mundo inventivo de Calvin,
está vivo e é um produto da imaginação do garoto. Ou não é? Não importa. Se uma
caixa de papelão pode ser uma máquina do tempo, para todos os efeitos, ela
assim o é. Se o quintal pode ser um planeta inexplorado, que seja. Se um tigre
de pelúcia pode ser seu melhor amigo, ele é. 
Essas coisas são tão reais para Calvin como a escola e a hora de
dormir, talvez até mais. Todos nós podemos imprimir certa importância as coisas
que amamos, mesmo que pareçam insignificantes ou bobas para os outros. 
Às vezes você precisa ignorar aqueles que insistem em lhe dizer
que “isso não é
real.”

3. Não cresça antes do tempo
Calvin abraça a liberdade, e quando entramos em seu mundo nós
somos convidados a fazer o mesmo. Seu dia perfeito consiste em uma manhã
explorando o seu quintal e a tarde construindo uma aldeia de bonecos de neve do
mal. Ao mesmo tempo em que ele sabe apreciar os momentos de silêncio
enrolado ao lado do fogo com seu melhor amigo, Haroldo. 
Pode ser o tipo de coisa que todas as crianças fazem, mas observar
as aventuras do Calvin de um ponto de vista adulto, nos lembra que essas coisas
existem, e nós não estamos velhos demais para apreciá-las.
4. A escola não é o lugar onde se aprende
Calvin zomba de suas aulas, ele percebe que sua inteligência não é
definida pela forma como ele faz um teste. Ele possui uma sabedoria além da
sua idade, mas ainda se esforça para fazer problemas de matemática simples ou
projetos de classe. E é claro que não é porque ele não é inteligente o
suficiente para dominá-los, mas porque ele está sempre pensando bem além do que
está sendo pedido dele. 
Em uma prova, quando perguntado quando os peregrinos desembarcaram
em Plymouth Rock, Calvin
respondeu: “1620. Como
você pode ver, eu tenho memorizado esse fato totalmente inútil, tempo suficiente
para passar nessa questão do teste. Agora pretendo esquecê-lo para sempre. Você
não me ensinou nada, exceto como manipular cinicamente o sistema.
Parabéns.”.
 
Ele entende
o sistema e está disposto a jogar o jogo, mas não cegamente. Calvin está sempre
um passo à frente de seus professores e seus pais, questionando o que ele está
aprendendo e tentando tirar mais das lições do que está sendo ofertado.
5. Encontre aquilo que você ama fazer, e faça.
Esta lição vem do próprio autor. Ele poderia ter faturado milhões
quando decidiu abrir sua franquia de quadrinhos. (Muitas crianças batizavam os
seus mais diversos tipos de bichos de pelúcia como Haroldo, na falta de um
boneco oficial). 
Mas Watterson não escrevia e desenhava para ganhar dinheiro, e ele
era qualificado o suficiente para que ele não precisasse. Todos nós seríamos
sortudos em encontrar algo em que somos tão bons  que não tenhamos que
comprometer os nossos sonhos para fazê-lo. Estimou-se que Watterson poderia ter
faturado até US$ 400 milhões franqueando sua criação. Mas ele amava tanto o seu
trabalho que o dinheiro não lhe interessava. 
E podemos sentir isso cada vez que lemos uma nova tirinha. (Ou até
alguma que já lemos centena de vezes).

E aí? Tem algo mais que você tenha aprendido com o pequeno Calvin?! Conte pra gente em nossos comentários!!!