Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros

POSTADO POR: admin qui, 09 de julho de 2015

Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World)
Diretor: Colin Trevorrow
Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver
Atores: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard (A Vila, A Dama na Água), Ty Simpkins
País: EUA, China
Ano: 2015
           
Quando Jurassic Park foi lançado em 1993, todo o grande público só falava de dinossauros. O assisti num cinema em Belo Horizonte e acho que por mais de uma semana só pensei no filme, que permanece intenso até os dias atuais. Logo, como acontece com muitos dos grandes sucessos, as continuações. Estas porém, apesar de matar a saudade das mortais loucuras que aconteciam naquela ilha, nem de longe poderiam ser comparados ao primeiro.
Agora, em 2015, retornarmos onde tudo começou como se o segundo e o terceiro jamais tivessem existido.
Jurassic World inicia-se exatos vinte anos após o fechamento da ilha, com todo o parque reformulado e novas atrações. Mas apesar das facilidades em que o roteiro poderia se apoiar, isso não acontece. O filme apresenta o comportamento e desejo da atual sociedade em meio ao entretenimento. Está ali se você prestar a devida atenção. As questões, motivos e porquês. Todas as respostas, incluindo as que dão sentido à muito do que acontece, estão nos diálogos, se você fizer as conexões certas. Mas caso não queira se dar ao trabalho de pensar um pouco, terá duas horas de diversão intensa. E nada mais.
Outro grande ponto positivo no roteiro, além das pinceladas de comédia nos momentos e densidades certos, são as homenagens aos três filmes anteriores, pinceladas nos momentos certos, por isso não desviando a atenção e focando no saudosismo. Novamente você terá de prestar atenção para reconhecer tais momentos, muitos deles nem um pouco óbvios. Algumas das homenagens (Sem grandes detalhes ou explicações):
Quando os garotos vão parar na parte antiga do parque e o mais novo liga o capacete. A sequência envolvendo o Tiranossauro e um esqueleto. Luzes à noite ao redor de um determinado local. O holograma de um dinossauro. E muitos outros.
Sua trilha sonora não fica por menos. Composta por Michael Gachhino (Compositor das trilhas Star Trek (2009) e da série Lost), ele se mantém logo atrás da trilha primogênita composta por John Williams (ET o Extraterrestre, Império do Sol, Tubarão, As Cinzas de Ângela…), assim como as excelentes inserções do tema, diferente do que acontece na trilha do segundo filme de As Crônicas de Nárnia, de Harry Gregson William.
Infelizmente nem tudo são flores. Os irmãos não me convenceram. A atuação é fraca e a gente não sabe se eles melhoraram do meio para o fim ou nos acostumamos. Especialmente o mais novo. Pareciam perdidos em seus papéis, pois não havia identidade em seus personagens. Não sendo suficiente, os momentos sentimentais, talvez para dar um tom mais familiar, são inseridos de forma forçada, o que não funciona nem um pouco. Ao invés de emocionar, causa bocejos (o choro do mais novo só não era mais forçado por que não havia como). Esperava tambeém que o personagem do Omar Sy tivesse um papel mais significativo. Quanto aos pais dos garotos, são indiferentes.
A tia dos rapazes, responsável por muito do que acontece no parque, é o grande ponto emocional do filme. Logo no início ela já se apresenta e a partir daí, vai se desdobrando sem mudanças bruscas em sua personalidade ou ações que fugiriam à sua realidade. O típico personagem que trava uma luta interna entre razão e emoção e que poderia cair no óbvio, o que não acontece. Quanto ao salto alto de adamantium (pois é indestrutível, rsss), diante da realidade na ilha, isso não é nada. Mas não deixa de ser uma ótima piada pós-filme.
A sequência final poderia ter sido mais interessante, parece que, em alguns momentos, não sabiam o que fazer e acabaram construindo em cima de uma hierarquia de força e trabalho em conjunto em prol da sobrevivência. Vide que a pista do que acontecerá é muito clara desde o primeiro momento, o que achei tanto quanto desnecessário.
Primeiro ela aparece a nível de entretenimento. Depois na realidade daquela criatura sem rodeios e em sua terceira e última parte para finalizar uma situação. Quanto à última cena, é objetiva, direta, típica de grandes filmes de ação e deixa aquele gosto de quero mais mesclado ao de missão cumprida. 
A mensagem é a mesma do primeiro filme e suas continuações Não se deve brincar de Deus. Temos que respeitar os ciclos ao longo das eras e não passar por cima deles. Até por quê, não são dinossauros reais (O que é muito bem explicado num dos diálogos).
Jurassic World é divertido, atual, tem ótimas ideias e é nítido o enorme cuidado para não desmerecer ou minimizar o primogênito. Uma excelente continuação (apesar dos pontos negativos citados acima) que mescla raciocínio com diversão (para quem acha que tais não podem andar de mãos dadas, pensamento do qual discordo totalmente), porém peca em querer suavizar para a fim de um ar mais família. Uma continuação já foi anunciada e espero que neste eles foquem mais na seriedade da situação, deixando de lado esse sentimentalismo forçado.
Porém, não é um filme para crianças que amam dinossauros, aventura e diversão. Muitos me perguntam se podem assistir com seus filhos/sobrinhos e etc. A resposta é NÃO. A classificação etária para doze anos é justa. Quando eles chegarem nessa idade aí você faz uma Sessão Dinossauros com eles. Claro que tudo depende de como é a relação da criança com a morte e a violência entre humanos e animais. Mas se você tem dúvidas, se ele adora o universo Disney e das aventuras onde quase ninguém se machuca e no final todos estão bem, passe longe deste filme.

E qual o pensamento que tirei sobre?

Se todas as continuações fossem assim o mundo seria bem melhor.

Segue abaixo o trailer legendado: