Informações aqui…NÃO!

POSTADO POR: admin qua, 23 de março de 2011

Se você me conhecesse saberia que não sou o tipo de pessoa que se aborda na rua para falar qualquer coisa acima do indispensável, e leia-se como ‘indispensável’ algo comparado a risco de vida.  Toda a minha conjuntura te diz de forma subliminar  “Dê o fora ou eu mesmo faço isso chutando a sua bunda flácida”. A feição de poucos amigos, minha voz atravancada, a postura blasé, as calças surradas, meus tênis monocromáticos e as vezes até mesmo os dizeres nas minhas camisas desbotadas, o óculos escuro é um arremate no semblante que faz as pessoas se perguntarem se a função dele não é evitar que elas sejam fuziladas pelo meu olhar. E eu não estou dizendo isso no sentido poético da expressão.
Não pelo fato de eu ser uma má pessoa, até porque,…eu sou. Mas é que realmente eu não gosto muito das pessoas que eu conheço o que me leva a evitar mais ainda os desconhecidos. Quando alguém se aproxima para comentar algo sobre o blog ou do meu show até vá lá, afinal é um assunto do meu interesse, o que me incomoda mesmo é quando o assunto é tão genérico que qualquer outra pessoa na rua estaria apta para palpitar sobre, o senhor na parada de ônibus, a madame passeando com o cachorro, o Seu Manoel da padaria em frente, o guardinha de transito apitando no sinal, aquele apontador do jogo do bicho que vive na esquina e até mesmo aquela garota sem graça que vem atravessando a rua, então porque diabos dentre tantas opções mais plausíveis as pessoas sempre chegam em mim? Um bom exemplo disso são os transeuntes perdidos pedindo informação.
Ignorando todos os sinais óbvios de que não quero conversa com ninguém, o cidadão sem noção do perigo, ou como eu gosto de dizer com o sentido aranha inábil, ignora todas as outras personagens citadas no cenário acima, e por algum critério absurdo de escolha ele olha pra mim e pensa: “É,… aquele rapaz de blusa preta , cara fechada e braços cruzados com certeza deve conhecer o que quero saber. Vou falar com ele.”
Porque??? O que faz essas pessoas chegarem a conclusão estúpida de que eu sei de algo do interesse delas? Eu nunca soube as respostas dessas perguntas:
-Não sei o nome dessa rua que estamos e muito menos como chegar à que você procura.
-Moro nesse bairro mas não sou obrigado a saber onde mora esse fulano que você citou.
-Como vou saber se tem posto de gasolina por perto? Quem tem carro aqui é você.
-Não sei se tem hospital por aqui, já que está sentindo dor deveria ter saído de casa com essa informação.

Eu tive a prova clara de que as pessoas andam pela rua sem a menor atenção aos sinais do mundo ao seu redor na minha última viagem à São Paulo. Na ocasião eu esperava uma amiga em um bar na Avenida Paulista e trajava bermuda, chinelos e uma blusa onde se lia em letras garrafais a palavra CARIOCA estampada. E ainda assim, dentre as centenas de pessoas que transitavam por ali naquele momento, uma senhora escolheu justo eu para pedir informação.
Eu poderia simplesmente dizer que não era dali e não tinha a menor ideia de onde ficava a rua que ela procurava,… mas preferi recompensar sua desatenção com uma informação errada indicando um monte de trajetos e direções aleatórias. Foi uma maneira menos agressiva de mandar ela ir à merda.