Infância com Dinâmica

POSTADO POR: admin sáb, 04 de setembro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010

Parece que a Nova Ordem Mundial (NOW) percebeu que implantar a tentativa de dominação mental global durante o período escolar tem sido um sistema ineficaz, baseado nisso, eles resolveram começar esse processo bem mais cedo, ainda na infância do indivíduo. Eles querem te deixar tão preocupado com o que seu filho possa vir a ver ou ouvir através dos meios de comunicação, que você tem deixado passar batido o que foi escolhido para ser transmitido para o seu filho.

A programação atual destinada as crianças tem me parecido uma espécie de lobotomia que visa transformá-la em um passivo zumbi vivendo em um mundo colorido de esperanças infindáveis, onde você poderá realizar todos os seus sonhos com seu grande amor ao lado e empunhando uma caixa de lápis de cor, qualquer coisa fora desse padrão pode ser considerado um erro na Matrix. O inesperado efeito colateral de tudo isso, são adolescentes que entram em desespero perante um simples término de namoro ao não saberem lidar com algo que fuja do planejado, e acabam cometendo alguma estupidez absurda que logo será noticiada no programa do Datena : “Jovem inconformada com fim de relacionamento, esfaqueia ex-namorado na sala de aula!”

A minha infância já começou perigosa, porque nascer logo após a aprovação da emenda da lei do divórcio, dificultava um pouco em se ter pai e mãe por perto ao mesmo tempo. Para você que é novinho e nem sabia que houve um tempo em que o divórcio não era uma opção, eu ouvi falar que quando foi aprovada essa emenda no Brasil, os homens comemoraram tanto que as mulheres chegaram a pensar que era alguma Copa do Mundo fora de época. Para piorar essa situação, nesse período, assumir a paternidade sim, era algo opcional.
A minha geração foi disciplinada a base de dinamite, alem dos nossos hormônios e das espinhas em nossos rostos, várias outras coisas estavam explodindo pelo mundo naquele período, tínhamos que ficar ligados, pois se piscássemos podíamos perder alguma coisa. O fim da ditadura militar e da guerra fria, a queda do muro de Berlim, o boom das telecomunicações, a desconstrução da música e até a súbita saída do Cazuza do Barão Vermelho, nos mostrava que precisávamos estar preparados para qualquer tipo de eventualidade, a qualquer momento poderíamos receber o chamado para a missão, e com muito gosto amarraríamos uma faixa vermelha na cabeça, e armados com uma faca na bota e um canivete suíço no bolso, tal quais nossos heróis, estaríamos dispostos a encarar qualquer aventura.
Sentíamos que as regras não se aplicavam a pessoas como nós, elas sempre estavam ali para serem quebradas. Em nossas mentes ataques de ninjas e vietcongues eram ameaças constantes da nossa rotina, éramos os escolhidos para viver uma aventura em algum bairro proibido, onde resolveríamos qualquer problema com um chiclete e um pouco de fita adesiva, feito o Macgyver, enfrentaríamos exércitos inteiros sozinhos, ao melhor estilo Rambo, se algo desse errado sempre podíamos tentar concertar as coisas voltando no tempo com o DeLorean, e caso não ficássemos com a mocinha no final, não entrávamos em pânico, porque sabíamos que existiria sempre uma nova mulher em perigo a ser salva no final da próxima aventura de uma possível parte dois.
Todas as informações que absorvíamos nos avisavam repetidas vezes que o mundo não era para amadores, e você teria que provar ser merecedor de estar pisando nele. Qualquer semelhança com a nossa realidade, não é mera coincidência…