Impeachment, caras pintadas, e Era Uma Vez um Presidente…

POSTADO POR: admin seg, 24 de junho de 2013

Como temos presenciado, infelizmente a nossa mídia nacional ainda não sabe lidar bem com nada que seja espontâneo e portanto indefinível por natureza. Alguns simplesmente tentam entender o que acontece diante a onda de protestos, já outros mais saudosistas insistem em atrelar essa legítima manifestação popular com as do século passado nem que seja através de sua trilha sonora.

Me incomoda um pouco quando essas comparações regridem meio século até o AI-5, mas confesso que acho super interessante quando a manifestação é equiparada com o movimento caras-pintadas e o ‘Fora Collor’ do início dos anos noventa. 
Provavelmente porque, ainda pré-adolescente, eu também vivi esse momento e ainda possuo algumas imagens nitidamente gravadas na memória,… Ou talvez porque eu também seja um saudosista, vai saber. De qualquer forma, foi na base desse insight que tirei algumas horas para revisitar aquela década e aproveitar a facilidade da internet para formular uma pesquisa com textos, imagens, dados e vídeos daquela ocasião, na intenção de, 20 anos depois, construir um olhar mais adulto sobre essa etapa do país, já que naquela idade eu estava mais preocupado com garotas do que com a política interna.

E olha, é desanimador saber que não tem muita coisa sobre o fato na rede. É mais fácil encontrar material sobre o golpe de 64, do que uma informação ‘oficial’ e completa sobre os caras-pintadas, o domingo negro, e todo aquele movimento importante para o amadurecimento democrático do Brasil.

O que consegui encontrar de melhor, foi o curto documentário abaixo produzido por Mariana Camargo, Thaísa Gazelli e Ana Pereira, que conta a história do ex-presidente Fernando Collor de Mello, da ascensão a queda, e um pouco da insatisfação popular que gerou o movimento caras pintadas. O vídeo traz excelentes entrevistas de alguns personagens da época, alem de imagens interessantes da situação.
Uma boa sugestão para quem viveu aquele instante, e um conhecimento obrigatório para a molecada ‘revolucionária’ de hoje em dia.