Ícones da cultura pop que foram espionados pelo FBI

POSTADO POR: admin ter, 05 de novembro de 2013

Em tempos de espionagem tecnológica, governamental, e industrial onde ninguém, nem mesmo uma nação ‘soberana’ como a nossa, está imune de ter seus segredos mais íntimos surrupiados e revelados, dá até pra compreender porque grandes ícones da cultura pop ficaram conhecidos por certas paranoias. De certo eles tinham seus motivos.
A internet permite um estado de vigilância constante, e através dela estamos descobrindo que há mais gente do que se imagina rastreando nossos passos.
Para as celebridades e famosos, a invasão de privacidade por parte da mídia não é nenhuma novidade em suas vidas, principalmente no Brasil onde a grande maioria dos ‘artistas’ são seres inofensivos. Mas em países como o EUA onde se tem um berço de ideias das principais vertentes culturais do planeta, esse tipo de vigilância pode incluir outros círculos menos desejáveis.

O FBI sempre investigou a vida de personalidades públicas e grandes pensadores ao longo de décadas, muitas vezes sem razão, criando páginas e mais páginas de arquivos inúteis cheios de detalhes íntimos de pessoas públicas, com a mesma eficiência das colunas de fofocas.
Veja abaixo alguns trechos, e o contexto, desses ‘perigosos dossiês’ que a grande inteligencia americana coletou durante anos entocaiando grandes ícones da cultura pop:
#Charles Bukowski

Trabalhar, mesmo que de má vontade, nos correios, talvez tenha colocado o velho escritor em apuros. Em 1968, vários ramos do governo do EUA realizaram uma investigação sobre a vida do funcionário público Charles Bukowski, aparentemente o FBI e o Serviço Postal ficaram ofendidos com alguns dos seus escritos (principalmente as Notas de um Velho Safado, coluna que ele escrevia para um tabloide de Los Angeles que culminariam em um livro mais tarde), e para vigiá-lo o relatória afirma que os agentes contavam com informantes nos mais elevados cargos dos Correios.
O site Bukowski.net disponibiliza todas as 113 páginas de arquivo do FBI sobre Bukowski, e em resumo, seu conteúdo afirma que o escritor é basicamente um excelente inquilino que nunca se associa com qualquer um dos seus vizinhos.
Uma página do relatório traz, aparentemente, uma curiosa entrevista com o proprietário de um dos bangalôs de Los Angeles alugado pelo velho escritor, onde ele afirma que em uma conversa, Bukowski explicou que seus contos são uma mistura de ficção e realidade altamente romantizados a fim de dar um ‘suco’ a história.

#Andy Warhol

“Todos os indivíduos do sexo masculino tinham o cabelo comprido”, observação anotada no arquivo do FBI sobre Andy Warhol, datada de 1968. 
Os federais estavam monitorando o artista pop durante as filmagens do seu ‘clássico’ do movimento hippie americano, Lonesome Cowboys
Agentes  disfarçados  foram enviados para o set de gravação sobre o pretexto de uma investigação interestadual atrás de material obsceno, mas acabaram desistindo sem ver muita coisa além dos peitinhos da atriz Viva em uma cena do filme.
Com a debandada o FBI acabou perdendo a chance de justificar o gasto do dinheiro público com tanta espionagem, já que alguns meses depois a feminista radical e misandrista Valerie Solanas acabou baleando e quase matando Andy Warhol em seu estúdio.
#John Lennon

Durante 14 anos o FBI lutou para ocultar do público os arquivos internos sobre John Lennon, mas eles acabaram sendo publicados em 2000 no livro Gimme Some Truth
Os documentos revelaram uma prolongada tentativa do presidente Nixon em deportar o ex-Beatle de volta ao velho continente, com o propósito de silenciar seus contínuos protestos contra a guerra no Vietnã. Nixon temia que Lennon acabasse estragando sua campanha de reeleição.
O ativismo político de Lennon e sua afiliação com grupos relacionados com certos movimentos da época eram as principais preocupações do FBI, mas em seu relatório também foi revelado que havia um plano armado para ter Lennon preso por porte de drogas.
#Walt Disney

O relacionamento dos federais com Walt Disney durou cerca de 30 anos. Começando pelo fato que o criador do rato mais famoso do mundo era um informante e entregava para o governo o nome das pessoas em Hollywood que acreditava ser comunistas, incluindo os próprios animadores que trabalhavam para ele. 
Quase 600 páginas de documentos do FBI sobre Disney revelam que, em troca de seus serviços, os federais permitiram que Disney filmasse na sede da agencia. Ele queria criar um programa para crianças que mostrasse os agentes do FBI como grandes heróis. 
Na época o magnata da animação deu aos oficiais do FBI acesso ilimitado a Disneylândia, e entregou de bom grado vários de seus roteiros para o selo de aprovação do governo, o que acabou tornando-o praticamente um agente especial honorário. 
#Marilyn Monroe

O casamento da atriz com Arthur Miller aparece com grande destaque nos arquivos do FBI sobre Monroe por causa das associações do dramaturgo com os comunistas durante a década de 1940. 
Após seu divórcio de Miller, a atriz foi ‘acompanhada’ pelo governo devido à sua relação de amizade com o ativista político de esquerda Frederick Vanderbilt Field. O dossiê sobre Monroe indica que ela “ficou encantada com o assunto” durante uma viagem à Cidade do México. O arquivo fecha com teorias sobre a sua morte em 1962, incluindo acusações dela contra o FBI e a CIA, e uma teoria sobre um misterioso relacionamento de Monroe com um homem casado.
#Steve Jobs

O co-fundador da Apple possui quase 200 páginas em seu relatório compiladas durante uma verificação de seus antecedentes quando Jobs estava sendo considerado para uma vaga no Conselho de Exportação do Presidente durante a administração de George Bush. 
Algumas das pessoas entrevistadas durante a investigação tinham poucas coisas positivas a dizer sobre o gênio empresário da tecnologia. Várias pessoas questionaram a honestidade de Jobs afirmando que ele não se reteria em torcer a verdade e distorcer a realidade para atingir seus objetivos. 
O arquivo também traz algumas observações sobre seu relacionamento (ou a falta dele) com a sua filha. Além do fato de Jobs ter usado drogas durante os anos 70, claro.
#Henry Miller

Em 1945, Henry Miller deu uma palestra no Dartmouth College que motivou uma investigação do FBI e um breve relatório de 10 páginas sobre o autor. Ao discursar para os alunos durante uma aula de literatura comparada, Miller foi assediado por perguntas maliciosas de um certo Albert Khan, que acabou por ser descoberto um jornalista. Pouco tempo depois da aparição de Miller, Khan publicou um artigo acusando o escritor de ser um simpatizante do nazismo, entre outras coisas escabrosas. 
O FBI acabou determinando que as acusações eram infundadas, mas existem algumas linhas engraçadas sobre Miller no relatório, como afirma a frase: “O investigado é estritamente um tipo de artista e poderia facilmente ser chamado de” maluco “por pessoas que não entendem ou apreciam a sua escrita. O sujeito parece não ter absolutamente nenhuma moral que regre a escolha das palavras que que ele usa. “ 
E continua: “O investigado aparentemente não tem uma fonte substancial de renda, sua renda principal é obtida a partir de doações de vários de seus seguidores que possuem uma riqueza considerável’.

#Albert Einstein

O arquivo sobre Einstein retém 1.800 páginas, e destaca: “Tendo em vista sua experiência radical, este escritório não recomendaria a contratação do Dr. Einstein em assuntos de natureza secreta sem uma prévia investigação cuidadosa, pois parece improvável que um homem de suas características possa em tão pouco tempo tornar-se um leal cidadão americano.”
A leitura do relatório de Einstein é quase como um thriller de espionagem, especialmente porque a citação acima está relacionada ao Projeto Manhattan de 1939. Na verdade, ele era suspeito de ser um espião alemão, e o Governo estava pronto para deportar Albert e seu magnífico cérebro a qualquer momento.

#KISS

Hoje em dia podemos até achar graça do estilo espalhafatoso da banda, mas houve uma época em que o KISS era considerando uma verdadeira ameaça pelos federais.
A banda de rock foi perseguida pelo FBI por um curto período de tempo (entre 1979 e 1980) depois de vários relatos de distúrbios civis e ataques contra policias em suas apresentações. O KISS também irritou grupos religiosos quando anunciaram vários shows em noites de domingo, considerado um sacrilégio por alguns fanáticos. A prática também serviu para ‘confirmar’ que os integrantes da banda eram os verdadeiros ‘Cavaleiros a Serviço de Satã’.