Grandes cenas de masturbação da Literatura

POSTADO POR: admin seg, 06 de outubro de 2014

Em algumas culturas a prática da masturbação é considerada “o último tabu da literatura”. Diferente de se fazer, escrever a respeito desse impulso, muitas vezes, pode ser bem mais difícil do que narrar uma cena de sexo propriamente dita. Na maioria das tentativas, por mais que o autor tente imprimir certa sensualidade e seriedade na situação, tudo pode acabar caindo em uma gafe sem limites e acabar divertindo os leitores, ao invés de excitá-los.

Nos raros momentos em que esse ato é abordado nos livros, a descrição é capaz de despertar os mais adversos sentimentos no público, de repulsa a gargalhadas intensivas, tudo depende da experiência de cada um. Sendo assim, separamos abaixo algumas obras que apresentam clássicas cenas de masturbações para que você tire suas próprias conclusões…

 Como Ser Mulher: Um Divertido Manifesto Feminista, de Caitlin Moran
Neste livro de humor e militância, best-seller na Inglaterra, a jornalista Caitlin Moran rememora suas experiências mais marcantes como mulher, da adolescência à maturidade, e abre um novo caminho para o feminismo ao tratar de temas caros à mulher moderna. 
Nunca houve época melhor para ser mulher. Elas podem votar, têm a pílula, estão no topo das paradas musicais, são eleitas presidentes e primeiras-ministras e não são acusadas de bruxaria e queimadas desde 1727. Entretanto, algumas perguntinhas incômodas persistem: Os homens no fundo as odeiam? Como elas devem chamar os próprios peitos? Por que as calcinhas estão ficando cada vez menores? E por que as pessoas insistem em perguntar quando elas vão ter filhos? Em Como ser mulher, Caitlin Moran responde a essas e muitas outras perguntas que mulheres modernas no mundo todo estão se fazendo.
 Ulisses, de James Joyce
Livremente inspirado na Odisséia, do grego Homero, Ulisses foi escrito pelo irlandês James Joyce quando vivia modestamente em Paris. Joyce passou alguns anos escrevendo sua obra-prima, hoje considerada um divisor de águas da literatura mundial. Existe um antes e um depois de Ulisses – o livro que criou formas inusitadas de expressão, que inaugurou uma nova linguagem, que inventou voz e estilo, e que por muito tempo, também por suas transgressões literárias, permaneceu censurado. 
“Realmente tudo aconteceu naquele bendito dia 16 de junho de 1904”, como bem observa a tradutora Bernardina da Silveira Pinheiro, que durante os últimos sete anos se dedicou integralmente à nova tradução de Ulisses. Joyce quis escrever simplesmente sobre tudo o que se passa na vida de um homem, em apenas um único dia. É o que narra Ulisses: a saga de Leopold Bloom por Dublin, a sua cidade natal. Mas afinal, tudo acontece mesmo, como pode acontecer, em apenas um dia: nascimento, morte, alegria, traição, prazer, menstruação, masturbação. Para o protocolo do início do século XX, contar tais intimidades era despudor indesculpável. O livro foi banido de alguns países e só em 1933, por exemplo, foi lançado nos Estados Unidos.

 Um Amor de Swann, de Marcel Proust
Swann – burguês ocioso, mundano e apreciador das artes – conhece Odette, uma mulher fútil e de vida duvidosa. No princípio a relação dos dois não é mais do que um flerte, mas sentimentos e emoções se desenvolvem em Swann de um modo inesperado. Marcel Proust conduz o leitor pelo emaranhado de sensações e sentimentos que levam o protagonista de um interesse por uma mulher (que, segundo ele próprio, não era seu tipo) ao inferno do ciúme.
Publicado originalmente em 1913, Um amor de Swann é a segunda e autônoma parte de No caminho de Swann, primeiro dos sete volumes do monumental romance e obra-prima proustiana, Em busca do tempo perdido, considerado uma das grandes realizações da literatura modernista universal.

 Medo de Voar, de Erica Jong
Ícone da liberação feminina dos anos 70, Erica Jong consagrou-se com o talento e a ousadia destacados em Medo de Voar. Assim como Erica, a protagonista Isadora Wing é escritora e judia nova-iorquina, sem filhos, ela acaba de publicar um livro de poesias supostamente erótico e se torna uma grande sensação.
Isadora sempre teve muitos medos. Na infância, as obsessões de sua mãe; na adolescência, os temores do sexo; adulta, os homens e os aviões. Aos 29 anos, com três casamentos, ela não está livre dos homens. Troca um marido, seguidor de Freud, por outro, seguidor de Laing. Apaixona-se por um poeta inglês, criador de porcos, um novelista parecido com um cowboy, um pintor, cujas esposas haviam se suicidado, um professor de filosofia da Renascença, e um regente, autor de sinfonias inacabadas. E decide contar tudo num diário divertido e erótico, descrevendo todos os seus medos e fantasias sexuais.
O Complexo de Portnoy, de Philip Roth
Quando lançado, em 1969, O Complexo de Portnoy se tornou best-seller e foi saudado como a consagração definitiva do talento de Philip Roth. A crítica, porém, teve certa dificuldade em classificá-lo. Seria “literatura séria” ou apenas humor? Não era a primeira vez na história do romance que um livro engraçadíssimo parecia uma obra importante; mas havia ao menos dois elementos que causavam estranheza. 
Em primeiro lugar, o traço caricatural na construção dos personagens lembrava o humor dos grandes comediantes judeus da época, como Lenny Bruce e Woody Allen, que se apresentavam em boates; ao mesmo tempo, porém, a interioridade do narrador-protagonista era de grande densidade. Em segundo lugar, era inegável o desconforto causado pela centralidade do autoerotismo no enredo: o incesto é um tema respeitável desde a tragédia grega, e o homossexualismo ganhava cada vez mais espaço naquele conturbado fim de década em que nada parecia ser proibido,… mas masturbação, definitivamente, não era matéria apropriada para um romance com pretensões artísticas. 
Nos últimos quarenta anos caíram não apenas os últimos tabus sexuais como também as barreiras entre a ‘arte elevada’ e ‘arte de consumo’. Escritores sofisticados como Thomas Pynchon e John Barth demonstraram que é possível utilizar linguagens pouco nobres para fazer literatura de primeira grandeza.