Gordo na Record

POSTADO POR: admin sex, 04 de dezembro de 2009

O apresentador João Gordo trocou a MTV pela Record e assinou um contrato de três anos com a emissora de Edir Macedo. Segundo o colunista Alberto Pereira Jr., do jornal Agora São Paulo, o ex-VJ integrará o programa “Os Legendários”, que estreará em março de 2010.No elenco do humorístico, além de João Gordo, também estará Marcos Mion. Na atração, Gordo, que estava na MTV desde 1996, teria um quadro de entrevistas com políticos.
Se o movimento punk já intitulava João Gordo de “Traidô” antes, imagina agora que ele é um funcionário de Edir Macedo. Já tive o prazer de ver uma entrevista do Gordo para o Clemente (ex-Inocentes) onde ele diz que a melhor coisa que ele fez na vida foi ter traído o movimento punk , e quer saber de uma coisa, eu concordei com ele,. .mas concordo que não esperava que ele fosse tão além. Eu até entenderia o João Gordo no SBT ou na Band,. . mas na Record? Claro, evitando de mencionar o fato da Record abrigar o desafeto de João Gordo, o ator/músico/modelo/encrenqueiro/milionário Dado Dolabella
Na entrevista que concedeu à Folha há duas semanas, em São Paulo, o cantor atacou muitas das atitudes incorporadas pelos jovens representantes do movimento. Condutas que, ironicamente, o próprio João já adotou.
João Gordo – Hoje, mano, o movimento punk do Brasil é medíocre. Bem pior que o do meu tempo, tá ligado? Experimente rodar pelo centro de São Paulo. Você ainda verá aqueles seres horrendos, usando jaquetas de napa e cabelos espetados.
Folha – Seres horrendos, João? Na década de 80, você se vestia de modo parecido.
Gordo – Eu sei. Só que éramos diferentes. Íamos atrás de informação. Trocávamos discos e idéias com punks de outros países, da Alemanha, da Finlândia. Os meninos de agora não passam de uns ignorantões, que se proclamam anárquicos, libertários, mas são tão intolerantes quanto qualquer fascista, tá ligado? Há exceções, claro. A maioria, porém, adora posar de polícia ideológica. Basta alguém se destacar, lançar CD, arrumar umas turnês para eles tacharem de traidor, capitalista, playboy. Os caras de hoje são intransigentes.
Folha – Vocês também eram.
Gordo – É… Eu era mesmo um grande filho da puta, mano. Radicalzão. Acontece que, nos anos 70 e 80, a gente estava na época certa, entende? Por mais toscos que fôssemos, espelhávamos exatamente o que acontecia aqui e lá fora. Hoje os caras vivem um tremendo mal-entendido. Não sei qual é a dos moleques. Eles fazem protesto em Brasília, atiram pedra, mas, quando você pergunta o porquê de tanto quebra-quebra, não sabem responder. Só sabem que têm de “potrestá”. “Eu quero potrestá!” [imita o sotaque nordestino] Os caras estão equivocados. Acreditam em utopia. Imaginam que irão mudar o mundo.
Folha – Insisto, João: vocês também imaginavam.
Gordo – Certo. Mas o tempo passa, tá ligado? E você se adapta. Esses caras de agora pensam o quê? Falam contra o capitalismo, só que é tudo ladainha. Precisam do capitalismo. Sem o capitalismo, não sobrevivem. Vão comer bosta? Aposto que os moleques ainda moram com as mães e se tornaram um peso para as velhas. Marmanjo morando na casa da velha… Eu, mano, deixei de ser trouxa. Estou na correria e não vou patinar na merda como eles. Podia continuar radical e fodido. Não vou. Quando você fica mais adulto, acaba maleando um pouco.
Folha – Em resumo, você quer dizer que punk é coisa de jovem?
Gordo – Praticamente, cara, praticamente.
Fiquei com medo de mim em um futuro próximo…