Fuga dos Mortos (conto interativo) – Parte 4

POSTADO POR: admin qui, 09 de maio de 2013

Este é um conto-interativo que tem ocupado os dias de quinta do blog, e ainda pretende se estender por mais algumas semanas (ou não). A ideia é apresentar contos curtos e interligados, onde ao final de cada um é apresentada uma enquete com opções para que você possa decidir a próxima ação do protagonista, assim participando do enredo, e influenciando diretamente no final da história.
Para acompanhar seu conteúdo e começar a participar dessa interatividade, seria sensato que você lesse os capítulos anteriores:
PARTE 1 – PARTE 2 – PARTE 3

O conto-Interativo ‘Fuga dos Mortos’ é postado toda quinta e terá sua enquete encerrada a meio-noite de domingo. Continuando na semana seguinte e assim por diante até o seu final que pode ser a qualquer momento dependendo do rumo que os leitores derem a história.
Anteriormente, em Fuga dos Mortos…
Ele não conseguia ver os ocupantes do veículo, mas soube que ainda estavam vivos quando começaram a buzinar e pedir por ajuda. Provavelmente para os outros moradores do prédio Santa Luzia que também assistiram enternecidos o acontecido, e de uma posição privilegiada.
Não demorou e os zumbis começaram a perder o interesse no silêncio do mercado e iniciaram uma marcha em direção ao som da buzina da van e seus ocupantes. E consequentemente em direção ao velho prédio Santa Luzia.
Quando ainda pensava no que fazer, uma nova questão solicitou a atenção de Bernardo. Do andar inferior irrompeu um grito desesperado de Mauro.
– Ahhhh! Socorro! Me ajuda, porra!!!! Bernardo.
Ele correu até onde pode, mas suas pernas travaram ainda nas escadas quando viu Mauro no fim do corredor de enlatados sendo atacado por um zumbi gordo que mordia um pedaço do ombro do rapaz.
Precisava tomar mais uma decisão,… e bem rápido.
Em uma explosão de velocidade, Bernardo usou todas as forças que possuía nas pernas fortificadas pela arte da capoeira e irrompeu os corredores do mercado na direção do vizinho que esperneava inutilmente nas mãos do zumbi corpulento que já mastigava sua carne. Há poucos metros da cena grotesca, duas enormes malas de viagem repousavam no chão abarrotadas de suprimentos recolhidos por Mauro.
Para Bernardo, aqueles poucos segundos pareciam percorrer em câmera lenta. Tentava manter o foco na sua decisão, mas conforme se aproximava, os gritos do companheiro ficavam mais altos, e ainda mais perturbador.
-Porra, Bernardo! Me ajuda! Esse puto tá me devorando!
A verdade é que era tarde demais para ele, mas seu esforço ainda podia alimentar todos os moradores do ‘Santa Luzia’ por mais algumas semanas.

Tentando ignorar os gritos bizarros que se desenrolavam logo ao lado, Bernardo alçou as malas com tanta pressa que mal calculou o excesso de peso das bagagens e acabou se desequilibrando ao fazer a curva e tentar voltar no mesmo pé em que chegara. 
Mauro já ajoelhado no chão em agonia enquanto o zumbi agora mordia a região do seu abdômen como sobremesa, aproveitou o vacilo do rapaz e, em um ato de desespero, agarrou a perna do vizinho levando Bernardo ao chão. Inevitavelmente todo o conteúdo das bolsas voaram pelo ar e rolaram pelo assoalho do lugar, produzindo um som estrondoso, e perigoso. Caso a buzina dos forasteiros da van azul ainda não soasse alta lá fora. 
Em meio aos enlatados, lanternas, pilhas, material de acampamento, e não perecíveis, também uma boa quantidade de dinheiro se revelou com a queda, fruto de um desvio de caráter de Mauro que não cabia mais na realidade em que se encontravam. Sem tempo para psicologia, toda a atenção de Bernardo logo foi voltada para um revólver 38 prateado de cano curto que calhou de cair bem ao seu alcance. Provavelmente surrupiado de um cofre junto com o dinheiro.

Com a arma em punho ele olhou pra baixo e não conteve as lágrimas quando viu Mauro agarrado ao seu calcanhar pedindo ajuda com um olhar desesperador enquanto o zumbi obeso rasgava sua carne feito um sem teto fuçando em sacos de lixo. 
Mirou na criatura e atirou. Pow! Um tiro certeiro bem na testa. 
O corpo caiu pesado sobre Mauro, que ao mesmo tempo soltou seu último suspiro. Afrouxando os dedos da perna de Bernardo.
Demorou algum tempo até que se recuperasse do choque. Não saberia precisar o quanto, mas quando voltou a si estava apontando o 38 para o corpo desfalecido do vizinho, e as buzinadas haviam cessado. E sem saber direito o porque, isso o preocupou.
Mais uma vez se via em uma encruzilhada e ainda nem era hora do almoço. Nem sabia se sobreviveria até lá. Mas diante de tanto desfortúnio, só havia uma decisão lógica a se tomar… 

***
Resultado da Última Enquete

Chegou a hora de participar desta história e dar sua contribuição para o rumo da trama. Você pode votar na enquete abaixo até a meia-noite do próximo domingo (dia 12) e acompanhar o caminho escolhido pela maioria na próxima quinta.
Também é importante que vocês usem os comentários do blog para aumentar essa interatividade que é essencial para a conclusão deste projeto.

O que Bernardo deveria fazer?
Ignorar o que ocorre lá fora e perder tempo recolhendo todo o suprimento
Largar tudo (menos a arma) e correr na rua em direção a buzina e o veículo batido
Largar tudo… E voltar para garantir a segurança dos outros moradores do prédio