Fuga dos Mortos (conto interativo) – Parte 3

POSTADO POR: admin qui, 25 de abril de 2013

Este é um conto-interativo que tem ocupado os dias de quinta do blog, e ainda pretende se estender por mais algumas semanas (ou não). A ideia é apresentar contos curtos e interligados, onde ao final de cada um é apresentada uma enquete com opções para que você possa decidir a próxima ação do protagonista, assim participando do enredo, e influenciando diretamente no final da história.
Para acompanhar seu conteúdo e começar a participar dessa interatividade, seria sensato que você lesse os capítulos anteriores:

O conto-Interativo ‘Fuga dos Mortos’ é postado toda quinta e terá sua enquete encerrada a meio-noite de domingo. Continuando na semana seguinte e assim por diante até o seu final que pode ser a qualquer momento dependendo do rumo que os leitores derem a história.

Anteriormente, em Fuga dos Mortos…

Bernardo se armou da ferramenta, com um empurrão tirou Mauro de frente a fechadura, e tomou as honras. Com a adrenalina a mil, ele usou toda a força de seus braços em uma alavanca que arrebentou o trinco da porta do mercado.
Aliviado, Bernardo puxou a porta para cima, sendo surpreendido pelo alarme sonoro do mercado que foi ativado na sequencia. Agora teria poucos segundos para agir antes que o lugar ficasse infestado de mortos-vivos sedentos.
Olhou para trás e viu Mauro se levantando tardiamente, tão desnorteado pelo som do alarme que nem notou que um dos zumbis já o alcançara e estava prestes a ataca-lo.
Novamente Bernardo tinha uma decisão difícil pela frente.
Sem pensar duas vezes, quase que por um impulso, Bernardo ergueu o pé-de-cabra e com a parte pontiaguda da ferramenta acertou o morto-vivo bem na jugular, salvando a vida de seu vizinho no último segundo que lhe restava.
Mauro ainda tentava entender o que estava acontecendo. Até que Bernardo gritou:
– Corre pra dentro do mercado, maluco! Rápido!!!
A dupla partiu em disparada ao comércio, fechando o portão metálico assim que adentraram o estabelecimento. Teoricamente, aliviados por ‘trancarem’ os zumbis do lado de fora.
– Essa foi por pouco! De quem foi a ideia estúpida de virmos para esse Mercado?!
– Não me lembro de você ter sugerido algo melhor, Mauro.
– Bem,… Isso não importa mais. Agora está tocando a chamada para o jantar daquelas coisas, e nós somos o prato principal. Deve ter dezenas daqueles monstros se aglomerando aí na porta nesse instante. Nunca mais vamos sair daqui.
– Para de falar merda! Nós vamos sair dessa. Tenho certeza que vou pensar em alguma coisa. Começa a recolher tudo que a gente precisa, enquanto eu vejo se descubro uma forma de desligar esse barulho infernal!

De fato o Mercado do bairro parecia intacto. Uma fina camada de poeira cobria as prateleiras e alguns alimentos perecíveis exalavam um forte cheiro de estragado, mas todo o resto estava intocado. Expostos como se esperassem pelos clientes que nunca mais voltariam as compras.
O portão de metal balançou e produziu um som ameaçador, indicando que os zumbis já haviam encontrada a origem do alarme. Foi a deixa que precisavam para ambos correrem com suas tarefas. Mauro saiu perambulando pelas sessões do mercado pegando tudo que julgava essencial, enquanto Bernardo tentava encontrar a sala da gerencia onde, supostamente, poderia desligar o sistema de segurança.
O jovem negro subiu decidido por uma escada logo ao lado das caixas registradoras que o levou a um pequeno conjunto de escritórios no segundo andar. Aproveitando a posição, Bernardo ousou espiar pelas janelas para avaliar a situação da rua em frente o mercado, e a coisa não estava nada boa. Pelo menos uma centena de zumbis se acotovelavam em frente ao portão, ensandecidos pela campainha renitente do alarme.
Com uma rápida olhada pelo corredor, logo identificou a sala onde se lia ‘Gerente’ na identificação da porta, e não ficou surpreso ao descobrir que ela estava trancada.
Enquanto forçava a tranca com o pé-de-cabra, resolveu conferir a situação do seu vizinho.
– Ei! Está tudo certo por aí?!
Em resposta recebeu alguma reclamação que foi abafada pelo som enlouquecedor do alarme. Ficou satisfeito em saber que ele ainda estava vivo.
Quando entrou na sala, Bernardo deparou-se com dois computadores dispostos na mesa do gerente e um armário com os monitores das câmeras de vigilância ao lado, todos desligados. Lamentou não ter feito aquele ‘cursinho de informática’ que tanto o aconselharam a fazer. Não entendia nada do assunto, e como instrutor de capoeira, acreditava que nunca precisaria de tal aprendizado. Ainda mais no fim dos tempos. Esperava encontrar um simples botão de liga e desliga, mas para o seu azar, acabou encontrando vários. E nas mais diversas posições.
Sem tempo para pensar, por instinto, saiu apertando os botões avulso no intuito de desligar tudo que parecia ligado, e ligar tudo que parecia inativo. Com essa atitude consegui acender algumas luzes do lugar, ligar os computadores e até o som ambiente, mas o alarme continuou a soar indiferente.
Nesse instante um novo som invadiu o cenário deixando ele ainda mais perturbador. 
O motor de um carro rugiu de algum ponto do bairro, aproximando-se em velocidade daquele caos.
Bernardo correu para a janela esperançoso e viu quando uma van azul desceu descontrolada pela rua principal e acabou batendo em um poste já perto do prédio ‘Santa Luzia’. Seu coração bateu mais forte quando viu o monumento cair e levar seus fios elétricos com ele, explodindo o transformador ao colidir com o chão.
Imediatamente tudo que Bernardo havia ligado, foi desligado. Inclusive o alarme do mercado. Pela primeira vez desde a infecção, eles estavam sem energia. E de alguma forma ele sentia-se grato por isso. Ficou o tempo que pode curtindo o silêncio, achou que jamais voltaria a ‘ouvi-lo’.
Ele não conseguia ver os ocupantes do veículo, mas soube que ainda estavam vivos quando começaram a buzinar e pedir por ajuda. Provavelmente para os outros moradores do prédio Santa Luzia que também assistiram enternecidos o acontecido, e de uma posição privilegiada.
Não demorou e os zumbis começaram a perder o interesse no silêncio do mercado, e iniciaram uma marcha em direção ao som da buzina da van e seus ocupantes. E consequentemente em direção ao velho prédio Santa Luzia.
Quando ainda pensava no que fazer, uma nova questão solicitou a atenção de Bernardo. Do andar inferior irrompeu um grito desesperado de Mauro.
– Ahhhh! Socorro! Me ajuda, porra!!!! Bernardo.
Ele correu até onde pode, mas suas pernas travaram ainda nas escadas quando viu Mauro no fim do corredor de enlatados sendo atacado por um zumbi gordo que mordia um pedaço do ombro do rapaz.
Precisava tomar mais uma decisão,… e bem rápido.
***
Resultado da última enquete
Chegou a hora de participar desta história e dar sua contribuição para o rumo da trama. Você pode votar na enquete abaixo até a meia-noite do próximo domingo (dia 28) e acompanhar o caminho escolhido pela maioria na próxima quinta.
Também é importante que vocês usem os comentários do blog para aumentar essa interatividade que é essencial para a conclusão deste projeto.

O que Bernardo deveria fazer?
Correr para salvar Mauro uma segunda vez
Correr para salvar os ocupantes da Van azul
Tentar avisar os outros moradores do prédio Santa Luzia do perigo que correm
Antes de qualquer coisa, pegar as coisas já recolhidas por Mauro

Para não perder o fio da meada e poder acompanhar o rumo desta história até o seu final, sugerimos que siga o perfil do blog no Twitter, e curta nossa página no Facebook, onde sempre serão postadas informações sobre os próximos capítulos.