Fãs da cultura pop que influenciaram as obras que admiravam

POSTADO POR: admin dom, 11 de outubro de 2015

Durante muito tempo, as grandes empresas de entretenimento sempre procuravam manter uma certa distância dos seus fãs, mas aos poucos elas já começam a notar que sustentar esta postura conservadora está ficando cada vez mais difícil na era moderna.

Dedicando muito tempo e esforço para cultuar suas obras favoritas, os fãs são capazes de fornecer uma perspectiva única sobre suas obsessões. E quanto maior o sucesso de determinada série, banda ou franquia, maior será o contingente desses ‘fanáticos’, o que os torna indispensáveis para definir a popularidade de determinados produtos. Para elucidar o fato, reunimos aqui alguns casos curiosos de fãs que foram além de suas expectativas, e influenciaram diretamente nas obras que admiravam.
August Derleth cria o mito Cthulhu de Lovecraft

Mesmo com toda a sua aclamação e influência atual, o escritor de horror HP Lovecraft morreu na obscuridade, criticamente ignorado durante toda sua vida. Mas ele tinha um admirador em especial chamado August Derleth, que se deu o trabalho recolher todas as suas obras escritas após a morte do autor. E quando percebeu que nenhuma editora estava disposta a publicar os textos de Lovecraft , Derleth criou sua própria editora para executar a tarefa.

Claro que não foi um trabalho fácil para Derleth. Ele perdeu $ 25.000 ao longo de 10 anos tentando tornar Lovecraft postumamente popular. Derleth foi o homem que cunhou o termo e conceito de “Cthulhu” e tornou os deuses de Lovecraft parte de um universo maior compartilhado, em vez de um grupo de personagens em histórias isoladas. 
Muitos acreditam que seus métodos entram em desacordo com a visão de Lovecraft, já que supostamente Derleth teria agrupado tudo em um mundo de “mocinhos versus bandidos”, enquanto o niilismo de Lovecraft teria repreendido essa dicotomia. Ele mesmo terminou algumas das histórias inacabadas de Lovecraft e completou obras como “The Room Shuttered” (que foi transformado em um filme estrelado por Oliver Reed) e “The Lurker no Threshold” (um rascunho de míseras 1.200 palavras, que Derleth expandiu em um  livro de 50000 palavras), mas colocou o nome de Lovecraft sobre eles. Quantos fãs podem gabar-se de terem feito algo assim pelo prestígio de um escritor?
Fãs tornam-se colaboradores de George RR Martin

Martin, por vezes, mantém um relacionamento bem controverso com seus fãs, como por exemplo aqueles que se dizem preocupados que ele morra antes de terminar a sua série de livros mais famosos. Mas em 1998, um ano após o primeiro lançamento da série ‘Crônicas de Gelo e Fogo’, um casal desenvolveu um site de fãs para o livro de Martin enquanto eles estavam esperando por sua permissão para adaptar o livro para um jogo de tabuleiro. Em 1999, eles começaram a Westeros.org para arquivar todas as informações a respeito dos livros volumosos. 
Mais tarde Martin acabou admitindo que eles sabiam mais sobre o seu trabalho do que ele mesmo, e que regularmente consultava o site dos fãs para tirar alguma dúvida sobre a saga enquanto escrevia. Em 2010, eles alcançaram o ponto alto com a criação do guia para a série The World of Ice and Fire, contando com a co-autoria do próprio George RR Martin. Essa colaboração foi publicada em 2014 e tornou-se um best-seller do New York Times.
A oficialização de um esquadrão de Stormtroopers criado por um fã

A organização de fãs conhecida como Legião 501 tem espalhado a magia do gênero Star Wars pelo mundo inteiro através da utilização de réplicas de armas e armaduras. Albin Johnson, o fundador escolheu o nome em 1997 para representar uma unidade fictícia de Stormtroopers Imperiais criada junto com seus amigos. 
Mais tarde, o autor Timothy Zahn, honrou a Legião 501 ao incorporar o nome no seu livro “Survivor’s Quest” da saga Star Wars em 2004, com a aprovação da Lucasfilm. Desde então, o nome da 501 continuou a aparecer em vários materiais oficiais de Star Wars, incluindo livros, brinquedos e video-jogos. 
O vídeo de Lego que influenciou Lego, o filme



Entre 1985 e 1989, o australiano Lindsay Fleay trabalhou em um filme stop-motion em que brinquedos Lego encontram uma maneira de sair de um mundo Lego através de um portal mágico. Este portal dá nome ao filme de 16 minutos que envolve absurdos envolvendo dois bonecos Lego e uma criatura de barro em torno de um sapato.
Apesar de ter recebido financiamento da Australian Film Commission, Fleay executou o projeto sem qualquer permissão da Lego Corporation. Na verdade, quando ficaram sabendo do vídeo, a primeira ordem foi de esmagar o autor. No entanto, o filme foi finalmente autorizado a ser distribuído e inspirou inúmeros outros filmes stop-motion de Lego.
As crianças que tiveram um roteiro produzido para o Tiny Toon

Enquanto muitas crianças sonham em um dia escrever um script para a sua série favorita, Renee Carter parecia mais determinada que isso. Junto com suas amigas Sarah Creef e Amy Crosby, elas criaram um storyboard para um episódio do desenho animado Tiny Toon da Warner Bros. Com apenas 13 anos, elas nem mesmo tinham dinheiro para enviar o original pelos correios, e precisaram da ajuda da mãe de Renee para fazê-lo.
O storyboard seguiu caminho até a mesa do produtor executivo Steven Spielberg (sim, ele mesmo), que acabou gostando do trabalho das meninas e transformando em um episódio que foi intitulado “Buster and Babs Go Hawaiian.” O episódio é cheio de piadas sobre como o roteiro foi feito, e conta até mesmo com Spielberg aparecendo nele.
Ele termina com um cartão dizendo que, se os telespectadores têm quaisquer scripts que eles gostariam de apresentar, que os enviem para outro lugar.
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