O livro 171 – a lebre e o farolete é resultado do trabalho
jornalístico sobre o crime de estelionato no Vale do Rio Pardo (RS) com uma
década de registros.

A experiência permite o comparativo a um triângulo. Em um
dos vértices está o golpista. Em outro, a vítima. E no terceiro está a ambição
da vítima, decisiva para que o golpe tenha sucesso. As histórias reúnem
ilusões, promessas e atuações ensaiadas. Enfim, todas as artimanhas próprias do
estelionato… menos armas de fogo. O responsável por puxar o gatilho não é o
criminoso. É sim, a própria vítima… Tal qual a caça a lebres: tão importante
quanto o rifle é o farolete utilizado pelo atirador. A arma dispara. Mas antes
do tiro, a luz ofusca e fascina a presa. A mesma luz presente no terceiro vértice.
E o alvo insiste em ser iluminado pelo farolete do caçador. Mas o que afinal
leva pessoas – inclusive instruídas e informadas – caírem nos contos?

Não
importa o absurdo da história criada pelo golpista: a lebre acredita estar
prestes a obter vantagem e que o melhor ponto geográfico em todo o planeta é
justamente a mercê do golpista. 

Que o livro sirva de alerta, mas também para
reflexão sobre o instinto humano, que nos divide em raposas e lebres. Caça e
caçado. Golpista e vítima.

Data: 14 de dezembro de 2012, 18 horas
Local: Samurai Café, Santa Cruz do Sul- RS