Editora Nemo traz o humor belga de Philippe Geluck com ‘A Bíblia Segundo o Gato’

POSTADO POR: admin sex, 28 de novembro de 2014

Eis que o porteiro do meu prédio me interfona informado que acaba de chegar um pacote em um formato engraçado endereçado à minha pessoa. Pelo tom dramático, desço o elevador temendo encontrar uma bomba e, não por acaso, a encomenda explodiu em minhas mãos quando foi aberta. Trata-se de um exemplar de A Bíblia Segundo o Gato (200 páginas),  por Philippe Geluck e (acreditem ou não) Deus, cortesia de lançamento da editora Nemo.

Para quem não está familiarizado com o nome de pelo menos um dos autores, Geluck é um artista belga mais conhecido na Europa pela série Le Chat (O Gato), além de participar como colunista em vários programas de televisão. E para quem ainda não conhece o seu trabalho, a Bíblia é uma excelente introdução do artista, do seu personagem mais famoso e da própria história da humanidade.

Da forma mais simples e direta possível, a edição procura explicar os maiores questionamentos do universo com uma verdade que pode até ser cruel para os de estômago fraco. Se utilizando de um humor característico, o livro vai colocar uma pedra nas suas dúvidas e coloca um cotovelo inteiro em nossas consciências. Com essa obra os homens vão finalmente entender o quanto é absurdo se massacrar uns aos outros há tanto tempo. A verdade sobre tudo isso é revelada pelo Gato no décimo primeiro mandamento (o menos conhecido e sem dúvida o mais lindo): “Rirás de tudo, pois, já que vamos todos morrer mais cedo ou mais tarde, só o humor permitirá tomar um pouco de distância das vicissitudes da existência”.

Pensando na possível perda de algumas piadas por conta da tradução, vale ressaltar que a editora fez um excelente trabalho em ‘abrasileirar’ algumas expressões, ditos populares e músicas, adaptando a realidade dos leitores tupiniquins.
‘A Bíblia Segundo o Gato’ é uma tremenda nostalgia de um tempo em que os quadrinistas podiam expressar-se sem medo de serem tosados, achincalhados e censurados, não apenas por setores ditatoriais do governo, mas principalmente por ativistas do politicamente correto.
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