E o meu livro? Já comprou?

POSTADO POR: admin seg, 10 de fevereiro de 2014

Após completar os meus
primeiros meses como um legítimo escritor publicado e deslumbrar essa
experiência incrível, que é a de ter um texto de sua autoria incluso
em uma obra literária impressa, posso dizer que ocorreram algumas mudanças bem
significativas em minha vida pessoal. E a mais bacana delas é que eu acabo de adquirir um super poder.
É verdade. Não sei
quanto às outras classes artísticas, mas descobri que todo escritor publicado
ganha automaticamente, junto com sua obra de estreia, uma
aptidão magnifica que merece ser comentada aqui.

Eu já sou um usuário confesso e compulsivo deste artifício, e tento aplicá-lo sempre que a situação me permite. Seja pra fugir de um assunto chato, uma discussão enfadonha ou até mesmo pra encerrar qualquer impasse sobre futebol, tudo que eu preciso dizer é a seguinte frase mágica: ‘E o meu livro? Já comprou?’.

Ao ouvir essa pergunta o
sujeito (alguns se dizem apoiadores e amigos, outros até parentes) começa a
suar frio, as pernas bambeiam e sua resposta sai gaguejada com uma voz tão
fraca quanto à desculpa que ele profere. Na verdade são duas desculpas, uma para
o livro e outra para dar um jeito de desaparecer da minha frente rapidinho. 
A grande maioria acaba
prometendo uma compra futura com a cara de pau de quem sabe que nunca irá
cumprir o que diz. Geralmente são pessoas que não possuem o hábito da
leitura, mas que preferem manter a pose ao invés de falar a
verdade e correr o risco de serem taxados como ‘incultos’. Desses eu gosto. Costumam não
voltar mais, ficam sem coragem de puxar conversa novamente e desaparecem das
redes sociais. É como se
sentissem vergonha de si mesmos pela própria falta de palavra
.
Mas afinal, quem pode culpá-los? Uma pessoa que não lê, dificilmente conseguirá imprimir credibilidade no que diz.
Apesar de possuir uma funcionalidade bastante simples, tal poder não é infalível e nem
sempre funciona de forma eficaz. Existem aqueles que, por malícia ou
pura escrotidão, ignoram o fato do livro ser fruto de um trabalho árduo (não só
meu, como também de outros profissionais), e abusam da intimidade para pedir
um exemplar de graça. Ora, essa até que não seria uma má ideia se quem sugerisse
isso não fosse coincidentemente o tipo de pessoa mais ‘instruída’ do seu clico
de amizades. Justo aquele seu amigo que compartilha do seu gosto pela leitura. Logo
aquele que entende as dificuldades de se escrever, editar e publicar um livro
no Brasil, e ainda acompanhou de perto a sua luta para chegar até aqui. É bem esse
pilantra que vai desvalorizar o seu trabalho e tentar reduzir seu valor a zero.
Curiosamente, já reparei
que isso ocorre com mais frequência quando o indivíduo pertence ao funcionalismo
público, o que até explica uma bucólica falta de respeito pelo trabalho alheio,
mas não justifica.
Triste mesmo é quando o
golpe vem da parte de um professor, o que sempre me força a perguntar: ‘Espera
um pouco, não é a sua classe que sempre faz greve perante qualquer injustiça na
folha de pagamento? Porque justo o meu trabalho você quer de graça?’.
Essa questão cai na
prova, alguém sabe a resposta?
A todos aqueles que não
fugiram ou sumiram após a pergunta de 1 milhão trinta e cinco reais + frete (valor
das antologias); aos que prestigiaram o meu trabalho e fizeram questão de
contribuir e fazer parte desse momento importante da minha vida,… A minha
sincera gratidão.
E você caro leitor que me lê neste momento, agora eu te pergunto: E o meu livro?
Já comprou?
As antologias The King (em homenagem a Stephen King) e O Mistério das Sombras (um tributo a Edgar Allan Poe) contam com contos originais de minha autoria e podem ser
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