Desenvolvimento de Roteiros

POSTADO POR: admin ter, 26 de outubro de 2010

26 de outubro de 2010

O excesso de informação que absorvemos através dos diversos meios de comunicação ao nosso redor nos torna cada vez mais exigentes, não engolimos mais qualquer porcaria, …espera aí, me deixa reformular essa frase,… nós engolimos qualquer porcaria, desde que ela seja criativa e original. Mas está cada vez mais difícil criar algo novo sem cair em algum velho clichê ou ser acusado de plágio, um bom exemplo são os roteiros de cinema, embora alguns filmes claramente sejam produzidos sem um.

Justamente para fugir do padrão da maioria dos blogs que se encontram na rede eu evito comentar sobre gostos pessoais. Pouco importa as minhas músicas, séries, filmes ou bandas favoritas, você tem as suas próprias preferências e nada do que eu fale irá alterá-las.
A maneira que encontrei de tocar nesse assunto sem ficar exaltando minhas preferências é falar sobre o ponto em comum que faz essas coisas entrarem na minha lista de favoritos,…nesse caso roteiros. Você pode não acreditar nisto, mas houve um tempo em que os efeitos especiais não eram a prioridade na produção de um filme ou série, a construção de um bom roteiro muitas vezes sobrepujava qualquer limitação em reproduzir cenas fantásticas.
Estou divagando sobre tudo isso porque recentemente eu tive uma experiência fantástica com um roteiro primoroso como há tempos eu não via, e por incrível que pareça eu estou falando de um desenho animado. Acabei de assistir as três temporadas de ‘Avatar – A Lenda de Aang’ (esqueça o filme, o desenho é o que há) e ainda estou tendo ressonâncias de tudo que vivi acompanhando a saga do último dobrador de ar.
A história tem todos os elementos que julgo necessário em um bom desenvolvimento de roteiro, até mesmo os poucos clichês que consegui identificar são encaixados em certos espaços dentro da linha de tempo que acabam adicionando riquezas de detalhes ao rumo dos acontecimentos da cruzada do jovem Aang.  A série faz você achar que já sabe o que acontecerá nos episódios seguintes, então você espera, e espera, e espera, mas nada acontece, e quando você já se esqueceu da sua teoria se envolvendo com as outras tramas da história, “Catapimba”, o assunto retorna sem nenhum aviso se interligando com o que está acontecendo no enredo.
Um espetáculo a parte no desenho Avatar é a nítida evolução dos personagens. Os jovens amadurecem, cabelos e barbas crescem, cicatrizes permanecem, lições são aprendidas, magoas ressentidas, e nada disso some no próximo episódio, pelo contrário, cada aventura vivida pelos protagonistas (e até pelos personagens secundários também) faz eles adiquirirem novas experiencias que eles carregam para um próximo desafio…
Diferente da decepção que tive com a série The Big Bang Theory que antes liderava o meu ranking de favoritos e agora é vítima de boicote por parte desse que vos escreve. Desde que os roteiristas resolveram interromper da maneira mais tosca possível o namoro entre Penny & Leonard que eu ando ‘meio assim’ com a série. O namoro entre eles foi a única evolução que houve no andamento da história, e logo foi desfeita. Em quatro anos de série praticamente nada mudou no cotidiano dos seus personagens. Faz você um review na sua vida e me diz quantas coisas aconteceram, mudaram e se transformaram em quatro anos.
Agora a série fica naquele lengalenga, em uma punheta eterna, que não chega a lugar nenhum. Não me surpreenderia se no ultimo episódio os roteiristas em uma crise de criatividade tremenda acabem tudo com uma explosão de um novo Big Bang.
Se eu estivesse envolvido no roteiro de TBBT as coisas seriam assim: Devido ao namoro com Penny, Leonard se mudaria para o apartamento dela, já que vive reclamando da sua convivência com Sheldon que por sua vez precisaria de uma nova pessoa para dividir o aluguel do apê. Ninguém mais indicado que Howard, que também vive em eterno conflito na casa de sua mãe,…bom, acho que já deu pra ter uma ideia do que eu estou falando.
Isso é o que eu chamo de evolução de roteiro e personagens.
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