Derretendo na gélida democracia cubana

POSTADO POR: admin sex, 22 de fevereiro de 2013

Durante o dia eu tento não sufocar dentro da casa velha.
Comprei um termômetro chinês no camelô e consegui comprovar o que eu já imaginava:
A temperatura aqui no escritório chegava a 51° graus, quando lá fora marcava
40°. Ar condicionado? Nem pensar, grana curta, contas atrasadas. Ainda teria que
morrer mais grana na instalação. Ventilador? Bafo quente, inferno, castigo. Mesmo
com dois ventiladores ligados: castigo. Muita água? Sim, e dez banhos (no
mínimo).
– Alô.
– Fala, Mathias! Tá com ar condicionado ligado?
– Pitz? Fala cara! Estou sim, quer vir pra cá?
– Nada, só quero contar que estou escrevendo com
temperatura de 51° graus. Sou pica ou não sou? Ao lado de um Martini gelado, só
de cueca de seda…
– Me poupe dos detalhes, por favor.
– Tá escrevendo também?
– Não, acho que vou à praia…
– Fraco… Quero ver você escrever com 51°graus na mente…
Eu sou pica (e já estava ficando louco de pedra com tanto calor e Martini).
– Está escrevendo o quê?
– Não faço ideia, só saberei quando terminar… Mas não sei
se consigo terminar.
– Ué, por que não?
– Estou conversando no telefone.
– Bem, então volte a escrever! A praia me espera. Tchau.
– Que os tubarões o encontrem. Tchau.
Bem, vamos lá… Eu estava tentando escrever sobre a
blogueira cubana, mas política não é muito a minha área. Só achei estranho um
país democrático como o Brasil quase ter linchado uma mulher que luta
justamente para exercer sua liberdade democrática. 
Eu não queria soltar essa,
contudo prefiro a teoria de que um partido só não deve permanecer mais de 10
anos no poder dando as cartas, ainda mais com bandeiras vermelhas e apoio
incondicional aos países comunistas.
– Alô…
– Marianna? É Allan!
– Oi! Tá sumido, garoto…
– Tentando sobreviver. Vem cá, tu viu esse lance da blogueira
cubana?
– Vi; o pessoal aqui da redação comentou direto. Maior bafafá…
– Me responda uma coisa, aqui entre nós, o Brasil pode
virar uma China, de repente…?
– Ai…
– Sério, morre aqui entre nós…
– O pessoal fala que se rolar outro mandato, é capaz.
– Eu pensei o mesmo, Mari. É tempo demais no poder. – Ouço uma
voz enérgica de homem chamando a Mari.
– Oh, me liga na sexta à noite. Hoje eu tô na maior
correria aqui, infelizmente.
– Deixa comigo!
– Depois a gente se fala, então. Beijos.
– Beijão.
Que calor insuportável… É num dia assim que a gente acaba
escrevendo merda. Vai que, por culpa do calorão, eu acabe escrevendo sobre a falsa
democracia que aos poucos se instaura no Brasil, essa espécie de democracia
cubana, sorrateira… Ou sobre o novo politicamente
correto
que não permite opiniões, e onde todo e qualquer debate já se
inicia com um lado vencedor.
Brasil, um país de todos… Todos aqueles que concordam com
seu relativismo populista.
Vai um martini gelado aí, camaradas guerrilheiros? Ah, esqueci, vocês preferem Rum… Me perdoem.