Dark House (Karina Halle)
Além do mistério eminente no livro, a história contada ganha a atenção do leitor principalmente pela construção fascinante dos personagens. Começando pela própria protagonista Perry Palomino, que consegue ser extraordinária dentro da sua própria simplicidade como uma garota comum, e considerada invisível até mesmo dentro da própria família. Após uma sequência de sonhos estranhos sobre um antigo farol sombrio, que lhe parece muito familiar apesar dela nunca ter estado no lugar, ela começa a ser guiada incidentemente para a indicação de seus pesadelos.
Quando encontra o jovem Dex Foray, outro personagem descrito com uma profundidade surpreendente, ela enfim consegue estabelecer uma conexão com alguém, e os dois iniciam um projeto que se deve a uma web série de terror na internet, com o objetivo de desvendar o que ocorre naquele cenário assustador.
Em meio a esse contexto fantasmagórico, a dupla terá que lidar com algo que está muito além da sua compreensão.
Acredito que a forma quase lírica que a leitura transcorre se deve, em grande parte, pela tradução bem selecionada de Santiago Nazarian, que consegue deixar essa obra com uma carga emotiva similar a que recheia seus próprios trabalhos.
Trabalhando basicamente com o psicológico dos personagens, sem a necessidade de grandes pirotecnias, Karina Halle consegue nos dar uma obra competente dentro do gênero que se propõe a fazer, mesmo se utilizando de certos clichês como técnica de narrativa.
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