CrossOver – SaiDaqui, Maldito!

POSTADO POR: admin sex, 01 de julho de 2011

O CrossOver é um projeto que faço de vez em nunca, onde eu cruzo o texto de um outro blogueiro com o meu pra ver que bicho dá. E hoje a minha parceira de escrita é a @Amanda_arm do blog  SaiDaqui.
Olha até onde chegamos….
SaiDaqui, Maldito!
*Por Amanda
“Me peguei pensando sobre como nossos relacionamentos são cada vez mais descartáveis.
Vivemos dessa sociedade de plástico, onde tudo fica obsoleto antes do que imaginamos. Tudo se quebra fácil. Ao invés de consertar, cada vez mais optamos por jogar no lixo o que nem sempre está de todo estragado e comprar outro: mais novo, mais moderno, mais caro.
E por reflexo dessa cultura materialista e consumista, nossas relações também têm se tornado plastificadas e descartáveis. No fim das contas, é realmente mais fácil virar as costas para um amigo que lhe fez algo que você não gostou do que sentar e conversar? De repente você vai ali, tuita que precisa de amigos novos e “pluft!” –  eles aparecem.  Claro que isso perdura apenas até o primeiro empecilho que encontrarem.
Terminar um namoro porque ela gosta dos Beatles ao invés dos Rollings Stones, tem aquela mania irritante de passar a mão no cabelo enquanto fala e ser fanática por kart, coisa que você odeia. Afinal, é mais fácil procurar alguém que tenha seus mesmos gostos ao invés de ceder um pouco, não é mesmo?
“Esse círculo vicioso de renovar relações por motivos bobos nos torna ainda mais idiotas: porque mostra que somos covardes. Que fugimos da real obrigação de fazer as coisas darem certo.
E que fique BEM claro que sou contra insistir e bater cabeças em algo que não é recíproco: não é desses tipos de relacionamentos que me refiro neste texto; e sim daqueles onde há qualquer tipo de carinho ou sentimento bom que seja forte e mútuo.
Tomara que logo todos abram os olhos, e notem que cada há cada vez menos relações duradouras no mundo. Cada vez mais separações, mais inimizades. Menos compaixão, menos ajudar sem esperar nada em troca. Mais mágoa, menos amor. E que daqui a 30 anos, não tenhamos cortado relações com pessoas que hoje gostamos tanto por motivos que logo nem lembraremos.
O que eu quero? Um mundo com mais entendimento, paciência e conversa. Com mais resoluções de problemas sérios e esquecimento de problemas bobos. Com mais amigos e amores que apareçam sempre. E que fiquem: se agreguem aos já existentes.”
*Por Maldito
São muitas opções pra quem usa apenas 10% de sua capacidade mental, o capitalismo é selvagem, mas ninguém cultiva mais o seu ‘lado animal’, é tão artificial que ao invés de sangue, em nossas veias corre Tang. Gatos domesticados criados por entre prateleiras de supermercados, lotadas de caixas, com suas marcas, cheias de promessas vagas que querem te convencer que são o que há de melhor pra você.
E em um instantinho o nosso carrinho está cheio de religiões lights, amizades diets e amores com gordura trans que te juram exclusividade, mas a verdade é que a produção é em massa e em larga escala. Se o trabalho é escravo ou remunerado ninguém está interessado, a ordem dos fatores de um contra-cheque não altera os fatos. O que importa é ter a coisa pronta, o produto final entregue em nossas portas. E nem mesmo conferimos se o lacre foi violado antes de assinarmos no local indicado.
Comprou, pagou, mas não levou exatamente o que estava no catálogo. Um abraço.
É difícil manter o foco no caminho quando se tem tantos cruzamentos na estrada, perigos na esquina, calçada quebrada, blitz na avenida, pista esburacada e um despacho em cada encruzilhada. E quando nos deparamos com uma rua sem saída, por culpa da nossa própria covardia, nos arrastamos de volta ao ponto de partida. Só porque se deu com a cara no muro não significa que do outro lado não existe nenhum futuro e voltar com o rabo entre as pernas para um porto seguro não salva ninguém também, só torna os muros futuros cada vez mais duros.
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