Conversa Ultrapassada de Bar

POSTADO POR: admin dom, 03 de abril de 2011

Ah,…uma conversa tradicional de bar, dessas onde a bebida entra e a verdade sai e já não se encontra mais. Um papo absolutamente analógico, sem nenhum aparato tecnológico que pudesse de alguma forma mascarar a essência de seus participantes, que por mais diferentes que fossem em idade, vivência, cultura e até sotaque, ainda compartilhavam o apreço pelo antigo hábito de molhar as palavras, ao invés de digitá-las.
O ambiente ideal para a troca de experiências, uma antiga prática de cartas na mesa e jogo limpo, onde só se corre o risco de se enganar com algum avatar caso a bebida comece a embaçar a sua visão. Cada um contando suas gafes e momentos marcantes, suas conquistas e perdas, rebeldias adolescentes e peripécias infantis, um momento onde se conhece de verdade as pessoas ao seu redor.
Opa! Minha vez de contar um causo na mesa…
“Na época de moleque, no intervalo das aulas a gente pegava a caixa de giz da professora e espalhava pelas hélices do ventilador de teto. Assim, quando ela ligava, nevava pó de giz para todos os lados, hahaha!”
Todos se entreolham sérios e depois voltam seus olhares fixos em mim. Tentei explicar o que eu julgava desnecessário.
“O pó do giz que ficava na caixinha de madeira dos professores. O que vocês não entenderam?”
“Você quer dizer o pincel atômico?”
“Sim, hoje em dia se usa isso. Mas to falando do giz que os professores usam pra escrever no quadro negro”
“Na verdade,… eu nunca peguei essa época”
“ E em todas as salas que eu estudei tinha ar condicionado”
“Nossa, o Maldito é das antigas.”
“Você chegou a pegar aquela época da palmatória?”
“Não. Mas estou com vontade de te dar umas dessas bem agora!”