Contos de fadas esquecidos dos Irmãos Grimm

POSTADO POR: admin dom, 01 de setembro de 2013

Este ano, cidades em toda a Europa estão celebrando o 200º aniversário da publicação da coleção de contos de fadas casa dos Irmãos Grimm. O primeiro volume, contendo 86 histórias, surgiu em dezembro de 1812. 

O livro foi o resultado de vários anos coletando, remodelando, e polindo contos de famílias de classe média e livros publicados, e foi parte de uma série de obras de Jacob e seu irmão Wilhelm publicados na literatura do folclore germânico. No entanto, eles não estavam interessados ​​apenas em contos de fadas. Durante o resto de suas vidas, Jacob iria publicar 21 livros, Wilhelm 14, muitos deles respeitados trabalhos acadêmicos sobre história, etnografia, lexicografia e direito. Ainda assim, é pelos contos de fadas que eles são lembrados.
Mas, mesmo os irmãos tendo selecionado centenas de histórias, para cada Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve ou Rapunzel, existem literalmente dezenas de outros obscuros e, certamente, mais bizarros contos de fadas dos Grimm. Como o do Rato, o pássaro, e a salsicha, por exemplo (e não, isso não é uma piada).
Será que esses contos ‘esquecidos pelo tempo’ não foram capazes de instigar a imaginação infantil como os outros fazem?
Abaixo você encontrará algumas das histórias mais estranhas desses autores, que ‘infelizmente’ não foram escolhidas para virar uma produção da Disney.

-O RATO, O PÁSSARO E A SALSICHA
Um rato, um pássaro e uma salsicha conviviam em harmonia e, por algum tempo, as coisas estavam indo bem: O trabalho do Pássaro era voar para a floresta todos os dias e trazer de volta a madeira para a lenha, o Rato acendia o fogo e aquecia a água, e por fim, a Salsicha cozinhava os alimentos, com a responsabilidade de saber a temperatura certa de cozimento e garantir a refeição de todos.

Um dia, alguns amigos da ave na floresta começaram a caçoar dele, chamando-o de um pobre coitado e afirmando que ele fazia todo o trabalho duro fora, enquanto os outros ficavam em casa relaxando. 
Cansado do fato, ele chegou em casa naquele dia e exigiu que os amigos tentassem um sistema mais ‘justo’ de tarefas. E eles tiraram na sorte para determinar quem faria o quê.
Bem, a salsicha foi escolhida para pegar madeira, mas foi comida por um cachorro quando entrou na floresta. O rato foi designado para preparar as refeições, mas quando ele rolou pelos vegetais como a salsicha fazia, ficou preso e morreu. E o pássaro deveria pegar a água e acender o fogo, mas de alguma forma, ele conseguiu fazer a casa pegar fogo, e então, ao tentar puxar um balde de água do poço para apagar o fogo, ficou preso no balde e se afogou. 
A moral desta história parece ser que cada um deve saber o seu lugar.

-A AMIZADE DO GATO E DO RATO
Um rato caminhava sempre com um amigo gato, e por um tempo tudo estava bem para os amigos de espécies diferentes. Até que a dupla decidiu guardar um pote de comida para os meses de vacas magras, armazenando o frasco sob o altar em uma igreja nas proximidades. 
O gato ganancioso decidiu um dia que ele tinha mais direito do que o rato sobre o alimento estocado, e contando ao rato alguma história furada sobre doar uma parte da comida para ajudar algum gatinho faminto, ele acabou abocanhando uma parte do estoque antes do tempo. 
Três vezes ele ficou com fome, três vezes ele inventou a mesma história, até que, finalmente, a reserva foi esvaziada.
Então, quando o vento frio sopra e o inverno chega, o rato sugere que é hora de desentocar o frasco, mas é claro que, quando eles chegam na igreja o pote está vazio. Diante do desespero de ter a mentira revelada e ainda com fome, o gato acaba comendo o rato pra se safar da acusação. 
Nunca, nunca confie em um gato. Especialmente se você for um rato.
-O ANÃO, A RAPOSA E A PRINCESA
Era uma vez, um rei que ficou perdido em uma floresta profunda, quando, de repente, um pequeno anão apareceu para ele. O anão disse ao rei que ele o ajudaria a encontrar seu caminho para fora da floresta, mas em troca ele queria a filha mais nova do rei. Encontrando-se com medo e no escuro da floresta, ele concordou. O anão guiou o rei de volta para o seu castelo  em segurança, e disse que estaria de volta em uma semana para levar sua filha. 
É claro que o rei ficou triste, sua filha caçula era sua favorita. Mas uma vez que ele havia selado o acordo, disse que não se preocupasse, pois iria se livrar do anão. Uma semana depois, ele encontrou a filha de um pastor desavisado, aprontou ela com roupas finas e disse-lhe para ir com a primeira pessoa que viesse buscá-la. Essa pessoa foi uma raposa, que disse: “Sente-se no meu rabo peludo”, mas quando a raposa ordenou a filha do pastor para pegar piolhos de sua pelagem e ela concordou prontamente, ela soube que tinha a mulher errada. 
Uma semana depois, a raposa voltou e desta vez, era a filha do ferreiro que ele levou para a floresta, uma outra tentativa de desinfestação, e ele sabia que novamente tinha a mulher errada. 
Na terceira vez que a raposa voltou ao castelo, o rei entregou sua verdadeira filha. A raposa levou-a até a floresta, e quando ordenou que ela tirasse os piolhos de seu pêlo, ela gritou “Eu sou a filha de um rei, não vou tocar em seu pêlo sujo!”. A raposa percebeu que esta era sua noiva e transformou-se de volta no anão branco do começo da história. O casal viveu feliz por um tempo, até que um dia, o anão avisa para a princesa: “Preciso ir embora. Três pombas brancas virão voando até aqui, você deve pegar a pomba que estiver voando no meio e cortar-lhe a cabeça. Mas lembre-se: deve ser a pomba do meio, que estiver voando entre as outras duas.” As pombas vieram e a princesa cortou a cabeça daquela que o anão ordenou. Após isso, um príncipe encantado aparece. Na verdade, o anão era um príncipe, que foi amaldiçoado por uma feiticeira maligna, e só uma história confusa como essa, poderia livrá-lo da maldição.
Na verdade, esta história não é realmente muito diferente de, digamos, Cinderela ou Branca de Neve. Mas em termos de narrativa e enredo, deixa muito a desejar.
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