Conheça os livros que tentaram banir das prateleiras este ano

POSTADO POR: admin qua, 25 de setembro de 2013

Para quem ainda não sabe, entre os dias 22 e 28 deste mês ocorre A Semana dos Livros Banidos, uma celebração anual promovida pela comunidade literária mundial exaltando a liberdade de ler o que se deseja. Um direito fundamental que não pode ser comprometido.

Nessa data, centenas de bibliotecas e livrarias costumam chamar a atenção para o problema da censura, montando exposições de livros que já foram considerados perigosos ao longo da história. O evento foi criado no início da década de oitenta em resposta a um aumento repentino no número de livros censurados em escolas, livrarias e bibliotecas do Estados Unidos. De lá pra cá, mais de 11.300 livros foram considerados proibidos ao público.
Para conhecer um pouco mais sobre o movimento norte americano Banned Books Week, clique aqui e acesse o site deles.
Aqui no Brasil, recentemente passamos por coisa parecida quando tentaram proibir ‘O Livro Maldito’, e até postamos no blog uma tirinha traduzida de Grant Snider sobre o assunto.
De acordo com a American Library Association, houve 464 livros reportados como ‘impróprios’ ao Escritório de Liberdade Intelectual só em 2012, e reconhecem que muitos outros são excluídos arbitrariamente das prateleiras sem qualquer tipo de notificação. 
Confira abaixo alguns dos títulos mais perseguidos e contestados durante este ano:
-Capitão Cueca (série), por Dav Pilkey
Razões: linguagem ofensiva, inadequado para a faixa etária
As Aventuras do Capitão Cueca é uma série de livros dedicado ao público infantil, criado pelo escritor estadunidense Dav Pilkey.
Com vários leitores assíduos em vários países, a coleção de livros consagrou Pilkey como um dos mais afamado escritores de livros infantis da literatura contemporânea. 
Só no Brasil, já vendeu mais de 350.000 exemplares, e em breve vai ganhar um filme inspirado em seus personagens e nos conflitos da série.
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-O Diário Absolutamente Verdadeiro de um Índio de meio-expediente, por Sherman Alexie
Razões: linguagem ofensiva, racismo, sexualmente explícito, inadequado para a faixa etária
A vida de Arnold Spirit Junior parece não poder ser pior: ele mora em uma das reservas indígenas mais pobres do país, nasceu com hidrocefalia, o que faz com sua cabeça seja enorme, tem miopia em um olho e hipermetropia em outro, e é motivo de piada para sua tribo. Mas, num ímpeto de coragem, Arnold resolve mudar de vida: em busca de um futuro melhor ele pede transferência para uma escola de brancos, em uma cidadezinha perto de sua reserva. E, quando tudo parecia piorar, ele descobre que suas raízes e seu futuro, embora pareçam distantes, representam o motivo perfeito para encontrar seu lugar no mundo.
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-Os Treze Porquês, por Jay Asher
Razões: drogas / álcool / tabagismo, sexualmente explícito, suicídio, inadequado para a faixa etária
Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra na porta de casa um misterioso pacote com seu nome. Dentro, ele descobre várias fitas cassetes. O garoto ouve as gravações e se dá conta de que elas foram feitas por Hannah Baker – uma colega de classe e antiga paquera -, que cometeu suicídio duas semanas atrás. 
Nas fitas, Hannah explica que existem treze motivos que a levaram à decisão de se matar. Clay é um desses motivos. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.
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-O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini
Razões: Homossexualidade, linguagem ofensiva, ponto de vista religioso, sexualmente explícito
A história de Amir e Hassan, os personagens de O Caçador de Pipas, já conquistou o mundo. Publicado em 32 países, o romance é um best-seller internacional. Como disse a escritora Isabel Allende, esse é um daqueles livros inesquecíveis, que permanecem anos a fio na nossa memória. Para comemorar um ano nas listas de mais vendidos O Caçador de Pipas ganha aqui no Brasil uma edição especial com capa dura, fotos do Afeganistão especialmente feitas para o projeto dessa edição, e uma carta inédita do autor, Khaled Hosseini, comentando sobre a experiência de ser um escritor afegão estreante nos Estados Unidos depois do 11 de Setembro e sobre como ainda fica surpreso com a repercussão do livro pelas cartas que recebe de leitores de todo o mundo.
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-Quem é você Alasca?, por John Green
Razões: linguagem ofensiva, sexualmente explícito, inadequado para a faixa etária
Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”.
Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez.

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-Amada, de Toni Morrison
Razões: sexualmente explícito, ponto de vista religioso, violência
Livro mais conhecido da escritora americana Toni Morrison, prêmio Nobel de Literatura de 1993, ganhou o Pulitzer de 1988 e em 2006 foi eleito pelo New York Times a obra de ficção mais importante dos últimos 25 anos nos Estados Unidos. Em 1998 recebeu uma adaptação cinematográfica, com Oprah Winfrey no papel principal.
A história se passa nos anos posteriores ao fim da Guerra Civil, quando a escravidão havia sido abolida nos Estados Unidos. Sethe é uma ex-escrava que, após fugir com os filhos da fazenda em que era mantida cativa, foi refugiar-se na casa da sogra em Cincinnati. No caminho, ela dá à luz um bebê, a menina Denver, que vai acompanhá-la ao longo da história. Amada tem uma estrutura sinuosa, não-linear: viaja do presente ao passado, alterna pontos de vista, sonda cada uma das facetas que compõem esta história sombria e complexa. Considerado um clássico contemporâneo, faz um retrato a um tempo lírico e cruel da condição do negro no fim do século XIX nos Estados Unidos.
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Esta é nossa singela homenagem a todas essas obras que enriqueceram nossas vidas mesmo sendo alvos de várias forças ignóbeis que tentaram mantê-las fora das prateleiras, e dedico a todos os pais, bibliotecários, professores e patrulheiros dos bons costumes que, por algum motivo atroz, tiveram a infeliz iniciativa de proibir, queimar, censurar, excluir ou manipular qualquer obra literária… Eu tenho pena de vocês.