Confundido com pelo bandido!

POSTADO POR: admin qui, 25 de agosto de 2011

Lamentavelmente eu tenho uma terrível característica em meu semblante. Durante algum tempo isso até foi motivo de brincadeiras e confesso que já me rendeu alguns benefícios, mas atualmente tem sido considerado uma temível sentença de morte.
Eu sou facilmente confundido com um policial. Eu falei do meu rosto, mas todo o meu porte e às vezes coincidentemente até mesmo as roupas que uso dizem: ‘Mão na parede meliante. É dura!’. Logo eu que nunca fui muito fã dessa classe trabalhadora.

Ok! Eu falei de certos benefícios,…. Tudo bem, cito um deles.
Certa vez fui incumbido de escrever uma matéria para um jornal local sobre uma passeata pela lei PEC 300, que para quem tem preguiça de jogar no Google explico que é uma proposta que visa igualar o salário de todos os policiais do país aos de Brasília que curiosamente trabalham menos e ganham mais. Enfim, as seis da matina lá estava eu, um subversivo assumido em meio a centenas de milicos armados preparados para marcharem por algo que sempre costumavam reprimir,… Uma luta por direitos. Não seria um momento histórico, mas no mínimo interessante. 
Eu me sentia um espião infiltrado, correndo o risco de a qualquer momento ser descoberto e ter a minha missão abortada. Mas não foi o que aconteceu. Conforme os policiais manifestantes iam chegando ao local marcado como o ponto de partida da passeata, eles me cumprimentavam calorosamente com saudosos apertos de mãos. Conclusão? Acabei participando de um almoço grátis ao final da marcha reservado para a ‘tropa’ de protestantes e ainda tive acesso a reuniões da liderança (vedados a imprensa) onde se discutiu futuras ações na luta pela proposta de lei.
O artigo foi considerado um dos mais completos das notícias do dia seguinte, foi bem elogiado pelo editor do jornal que se empolgou e me indicou para uma nova matéria sobre o consumo de drogas em uma parte depredada da cidade. Recusei explicando assim:  ‘Acredite, eu não sou o cara certo pra esse serviço!’

Acho que me estendi demais nesse benefício e acabei esquecendo o foco principal desse texto que é justamente o oposto. Mas nem tem muito mais o que dizer,… Se você assiste ou lê as notícias populares (claro que não aquelas escritas por mim ) já deve ter chegado aonde eu pretendia chegar. Estão matando qualquer um que lembre de longe um policial, seja pela roupa, postura, volume na linha da cintura (ó o medo de ter uma ereção na hora errada) e ouvi dizer que até mesmo pelo corte de cabelo (atualmente o meu tá raspado com máquina dois).
Para evitar  ser confundindo com um policial, e acabar sendo alvo dessa nova prática da bandidagem, já cogitei em fazer uma grotesca tatuagem, arrancar alguns dentes da frente, usar um tapa-olho e até uma camisa do PT, tudo na esperança de parecer como um igual para o ladrão. O inimigo é outro, meu amigo!
Até já criei, e decorei, uma boa historia para ser usada em caso de assalto, onde fiz uma pesquisa detalhada de artigos criminais, nomes de criminosos e jargões prisionais para dar mais veracidade na hora de conta-la para convencer o assaltante de que eu também já puxei uma cadeia e sou um deles.
‘O Comando é nós fiel!’